Ata do Copom: Selic ancorada em 6,5% no curto prazo
O COPOM Conselho de Política Monetária publicou na manhã desta 3ª feira, 26.03, a ata de sua 221ª reunião ocorrida nos dias 19 e 20 de março, na qual ratificou seu entendimento de que deverá acompanhar com “cautela, serenidade e perseverança” a trajetória da inflação em direção à meta, levando em consideração a evolução da atividade econômica, conjuntura internacional, expectativas para a inflação e agenda de reformas.
Esse contexto sinaliza ancoragem da taxa de juros no patamar atual, salvo alterações significativas nestes fatores.
Perspectivas para a próxima reunião.
Considerando os principais fundamentos utilizados pelo Copom para a tomada de decisão, não vislumbramos mudanças significativas nos fatores de risco até a data da próxima decisão (08/05/2019) suficientes para uma alteração na Selic.
Nesse sentido mantemos a nossa visão de que a taxa básica de juros será mantida em 6,5% no próximo encontro.
Atividade econômica.
Em seu comunicado, o Banco Central ponderou os diversos choques que a economia sofreu ao longo de 2018 e reconheceu que os efeitos negativos, mesmo que indiretos, ainda persistem e que a economia brasileira poderia ter observado crescimento mais robusto caso esses choques não ocorressem.
Destacou ainda que a aceleração da economia depende de diminuição de incertezas sobre a aprovação das reformas, em especial as de natureza fiscal, e de iniciativas voltadas para o aumento de produtividade, eficiência e flexibilidade da economia.
Cenário Externo.
No âmbito da conjuntura internacional, o Copom ponderou os cenários que podem levar à desaceleração ou continuidade do vigor da economia americana, destacando a decisão do Fed que passou a emitir sinais de cautela sobre ospossíveis cenários.
Ressaltou também que os riscos para uma desaceleração global se intensificaram, em especial na Europa, que apresenta sinais negativos relevantes. O Copom finalizou a sua análise da conjuntura internacional destacando a capacidade da economia brasileira em absorver um choque internacional por conta da robustez de sua balança de pagamentos e das perspectivas da recuperação econômica.
Meta de inflação.
No que tange o cenário para a inflação, o Copom indicou que as projeções se encontram em níveis confortáveis, devendo atingir seu máximo em abril ou maio, convergindo para o centro da meta ao longo de 2019 e 2020.
Destaque também para a dependência do cenário benigno em torno da agenda de reformas, que “são fundamentais para a manutenção do ambiente com expectativas de inflação ancoradas.”
Balanço de riscos.
Conforme citado em sua decisão do último dia 20.03, o balanço de riscos do Banco Central, foi considerado simétrico perante os fatores
(i) nível de ociosidade;
(ii) expectativas sobre as reformas e
(iii) cenário externo para economias emergentes, sendo o primeiro responsável por uma pressão negativa para a inflação, balanceado pelos demais fatores.
Cautela, serenidade e perseverança.
Os membros do Copom reiteraram o seu entendimento de que a taxa de juros no patamar atual tem efeito estimulativo na economia, ponderando que o grau de estímulo depende da conjuntura econômica.
Finalizou seu julgamento destacando a importância da observação do comportamento da economia ao longo do tempo, cuja avaliação demanda tempo e não deverá ser concluída no curto prazo.
Confira no anexo a íntegra do estudo preparado por Henrique Tomaz, CFA Analista Sênior, e Richardi Ferreira, CNPI, Analista, ambos do BB Investimentos