Diário do Mercado na 4ª feira, 03.04.2019
Mercado decai com cautela sobre andamento da previdência
Comentário.
O cerne da questão este ano para o mercado doméstico é o desenrolar da reforma da previdência proposta pelo governo do Presidente Jair Bolsonaro. O tema ganha mais destaque quando membros do governo ou parlamentares expõem proposições – nesta 4ª feira ambos se manifestaram na explanação do ministro da economia, Paulo Guedes na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
Os agentes, então, pouco depois do início da explanação do ministro, optaram pela cautela e preferiram se desfazer de posicionamentos, dado que alguns deputados mostraram divergências e contra argumentaram as alegações apresentadas.
Enfim, o índice brasileiro operou descolado das bolsas de Nova York e da Europa, que prosseguiram avançando no dia e no mês.
No Brasil, o dólar comercial fechou em R$ R$ 3,8780 (+0,57%). Os juros futuros tiveram ligeiras oscilações, recuando na ponta curta e subindo na ponta longa, parecendo mais um dia de ajuste de posicionamentos, influenciado também por uma liquidez reduzida.
Ibovespa.
O índice abriu ascendente e logo passou a oscilar com curtas variações ao redor dos 96 mil pts (+0,64%). Todavia, foi decaindo do meio da tarde em diante, ao longo da explanação do ministro da fazenda na Câmara dos Deputados.
O Ibovespa fechou aos 94.491 pts (-0,94%), acumulando -0,97% na semana (e no mês), +7,51% no ano e +11,66% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 13,632 bilhões, sendo R$ 13,252 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Após totalizar ingresso líquido de capital estrangeiro de R$ 2,346 bilhões em março, no 1º pregão de abril (último dado disponível), houve entrada líquida de R$ 314,679 milhões. Assim, o acumulado no ano passou a R$ 1,566 bilhão.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana encerrou na máxima do dia. Pela manhã, passou grande parte em terreno negativo, visto o bom humor no cenário externo após sinais de acordo comercial entre EUA e China. No decorrer da sessão, a moeda foi renovando sucessivas máximas, influenciado pela cautela dos investidores com a reforma da previdência.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$3,8780 (+0,57%), acumulando variações de -0,97% na semana (e no mês), -0,08% no ano e +16,18% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil cedeu a 170 pts versus 171 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros finalizaram a sessão regular em alta, com destaque para os contratos de longo prazo. O mercado doméstico segue em alerta frente ao desdobramento da reforma da previdência, que teve nesta quarta-feira exposição do ministro da fazenda na Câmara.
O DI para janeiro de 2020 passou de 6,48% para 6,51% (máxima). O DI para janeiro de 2021 subiu de 7,02% para 7,06%. O DI para janeiro de 2023 avançou de 8,12% para 8,21%. O DI para janeiro de 2025 foi de 8,66% para 8,76% (máxima).
Agenda Econômica.
No Brasil, a utilização da capacidade atingiu 78,0% em fevereiro ante fevereiro 77,9%, inferior ao consenso de 78,2%.
Nos EUA, o setor privado norte-americano criou 129 mil novos empregos em março, relatou a pesquisa da ADP. O dado foi considerado o pior resultado em 18 meses, ficando abaixo das expectativas do mercado, que previam a geração de 173 mil novas vagas.
Para a semana:
Brasil: Vendas, produção e exportação de veículos da Anfavea.
EUA: Payroll (criação de vagas na economia) e Taxa de desemprego.
Alemanha: PMI manufatura e Produção industrial.
França e Reino Unido: PMI manufatura.
Zona do Euro: Taxa de desemprego.
China: PMI composto e serviços.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 03.04.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos