PNAD: Desemprego sobe para 12,4%
Comentário
Divulgada na manhã da 6ª feira, 29.03, a taxa média de desemprego atingiu a marca de 12,4% no trimestre móvel até fevereiro de 2019, acima da última marca (12,0%) e abaixo da comparação com o mesmo período do ano anterior (12,6%).
O número de desocupados no País encontra-se agora em 13,1 milhões, sem considerar a população subutilizada, que acrescenta mais 14,8 milhões de pessoas. Juntas, a população desocupada e subutilizada somam quase 28 milhões de indivíduos que buscam plena utilização de sua capacidade produtiva.
Renda média sobe pouco.
O valor médio real do salário habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas atingiu a marca de R$ 2.285, 0,35% maior do que a marca anterior (R$ 2.277) e 0,75% acima do mesmo período do ano passado (R$ 2.268).
Multiplicada pelo número de pessoas ocupadas, a renda média forma uma massa salarial de R$ 205,4 bilhões, 2% acima da marca atingida no mesmo período do ano anterior (R$ 201,4 bilhões).
Renda dos empregadores lideram alta.
Na comparação com a última divulgação, a renda dos empregadores sem CNPJ foi a que mais se elevou (3,2%), passando para o valor médio de R$ 3.588. Empregados do setor público sem carteira assinada também observaram aumento (2,4%), elevando seu rendimento médio para R$ 1.891.
A categoria de menor renda média (trabalhador doméstico sem carteira assinada), observou uma pequena elevação (0,8%) alcançando o rendimento de R$ 756.
Força de trabalho potencial.
A Força de Trabalho Potencial1 atingiu a marca de 8,1milhões de pessoas, elevando 2,2% em relação à marca anterior. Comparando com o mesmo período do ano passado, houve um incremento de 326 mil pessoas (4,2%).
Dentro deste grupo, a população desalentada também observou aumento de 2,9% ante a marca do trimestre móvel encerrada no mês passado, acrescentando 139 mil pessoas neste período.
Redução de trabalhadores sem carteira assinada.
A quantidade de trabalhadores sem carteira assinada reduziu 2,1% ante o trimestre móvel encerrado em janeiro, atingindo a marca de 17,7 milhões de trabalhadores.
O percentual de trabalhadores sem carteira assinada em relação à população ocupada atualmente é de 19,2%, abaixo da máxima alcançada no trimestre móvel encerrado em outubro de 2018 (20,1%) mas consideravelmente superior à mínima do trimestre encerrado em fevereiro de 2016 (17,3%) e a média do período (18,7%) desde o início da divulgação da PNAD contínua.
População subocupada diminui.
Outra categoria que merece destaque são as pessoas consideradas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas. Estas compõem uma categoria estimada em 6,7 milhões de trabalhadores que observou pequena redução (1,9%) ante período imediatamente anterior.
Os trabalhadores que se enquadram nesta categoria, em conjunto com a força de trabalho potencial (8,1 milhões, concorrem com a população desocupada (13,1 milhões) na busca por emprego.
Este contingente representa uma população de 27,9 milhões de pessoas que não utilizam plenamente sua capacidade produtiva, número que ajuda a explicar os desafios de médio e longo prazos para que o desemprego no Brasil recue com mais vigor.
Confira no anexo a íntegra do estudo, inclusive gráficos e tabelas, preparado por HENRIQUE TOMAZ, CFA Analista Sênior. RICHARDI FERREIRA, CNPI Analista, ambos do BB Investimentos