Diário do Mercado na 5ª feira, 04.04.2019
Ibovespa tem dia positivo com melhor percepção sobre política interna
Comentário.
O dia foi de desagravo dos agentes, com ponto favorável para a reforma da previdência. O repique no pregão esteve apoiado em uma melhor assimilação pelos investidores em relação ao que pode estar sendo o desenroscar da orientação da proposta apresentada pelo governo sobre a questão.
O comparecimento na véspera do ministro da economia, Paulo Guedes, na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados passou a ter interpretação mais proveitosa. Neste momento, primordialmente, foi considerado politicamente promissor o Presidente da República, Jair Bolsonaro, ter recebido líderes partidários, com declarações de posicionamentos de possíveis apoios de partidos políticos em favor da reforma.
No panorama externo, as bolsas encerraram com sinais mistos - a continuidade de um melhor humor sobre um consistente desfecho comercial entre Estados Unidos e China evitou maiores baixas.
No Brasil, o dólar comercial fechou em R$ 3,8570 (-0,54%). Os juros futuros findaram quase estáveis na ponta mais curta e com progressiva baixa na ponta longa.
Ibovespa.
O índice iniciou oscilante, mas após meia hora de negócios seguiu ascendente, passando a oscilar na parte da tarde, basicamente, pouco acima dos 96 mil pts, com curtas variações. Ponderadamente, a Petrobras foi o destaque do dia, seguido por papéis do setor de bancos – depois, pela B3 e pela Vale.
O Ibovespa fechou aos 96.313 pts (+1,93%), acumulando +0,94% na semana (e no mês), +9,59% no ano e +14,17% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 12,984 bilhões, sendo R$ 12,709 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 2 de abril (último dado disponível), houve saída líquida de capital estrangeiro de R$ 492,920 milhões, acumulando saldo negativo de R$ 178,241 milhões no mês e entrada líquida de R$ R$ 1,073 bilhão no ano.
Agenda Econômica.
A produção de veículos recuou 6,4% em março frente a fevereiro, sendo produzidas 240,5 mil unidades, bem como apresentou queda de 10,1% se comparada a março de 2018. A exportação de veículos, em unidades, também registrou queda de 42,2% em março contra fevereiro de 2019. Já em termos de emprego, as montadoras cortaram 987 postos de trabalho em março, acumulando fechamento de 1.241 vagas em 12 meses.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana encerrou em queda frente ao real, refletindo sinais de melhora no cenário político brasileiro.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,8570 (-0,54%), acumulando -1,51% na semana (e no mês), -0,46% no ano e +15,48% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil passou a 173 pts de 171 pts antes.
Juros.
Os juros futuros fecharam a sessão regular quase estáveis com viés de baixa na ponta mais curta e caíram na ponta mais longa, a partir do DI janeiro/2022, sincronizado com o movimento de recuo do dólar.
Em relação à véspera: o DI janeiro/2020 encerrou em 6,50% ante 6,51%; o DI janeiro/2021 finalizou estável em 7,06%; o DI janeiro/2023 finalizou em 8,18% de 8,21%; e o DI janeiro/2025 findou em 8,70% de 8,76%.
Para a sexta-feira
Brasil: Vendas, produção e exportação de veículos da Anfavea.
EUA: Payroll (criação de vagas na economia); Taxa de desemprego; média de ganhos; e credito ao consumidor.
Alemanha: Produção industrial.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 5ª feira, 04.04.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos.