Diário do Mercado na 6ª feira, 05.04.2019,
Mercado avança com trégua doméstica e dados do exterior
Comentário.
O Ibovespa foi favorecido pela continuidade de um panorama político interno mais ameno em relação ao desenrolar da reforma da previdência e por um melhor humor externo apoiado em dados considerados vantajosos nos Estados Unidos e na Alemanha.
Neste momento, a percepção dos agentes é que houve, internamente, maior engajamento do Presidente Jair Bolsonaro e do ministro da economia Paulo Guedes na linha de frente para suplantar obstáculos e agilizar o trâmite da reforma da previdência.
Já externamente, o melhor dado de criação de vagas na economia em conjunto com um recuo da média de ganhos por hora nos EUA induziram o pensamento da permanência de uma política monetária mais branda pelo Fed, com visão que não haverá aumento de juros em período próximo. Já na Alemanha, a produção industrial surpreendeu positivamente em fevereiro.
No Brasil, o dólar comercial fechou em R$ 3,8710 (+0,36%). Os juros futuros terminaram recuando em sua grande maioria, com destaque para o ajuste par baixo na ponta mais curta.
Ibovespa.
Mais um dia em que o índice abriu oscilante, sendo que após uma hora de negócios subiu rápido, apoiado no avanço da Petrobras. Contudo, a partir da primeira hora da tarde, passou a navegar com curtas variações ao redor dos 97 mil pts e já próximo de sua pontuação de fechamento.
Os papéis do setor de bancos foram os maiores contribuidores ponderados para alta, seguidos pela Petrobras e pela JBS, que se contrapuseram á baixa da Vale.
O Ibovespa fechou aos 97.108 pts (+0,83%), acumulando +1,78% na semana (e no mês), +10,49% no ano e +13,96% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 12,20 bilhões, sendo R$ 11,88 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 3 de abril (último dado disponível), houve saída líquida de capital estrangeiro de R$ 432,556 milhões, acumulando saldo negativo de R$ 610,797 milhões no mês, mas ingresso líquido de R$ 641,292 bilhão no ano.
Agenda Econômica.
A criação de vagas na economia norte-americana (payroll) foi de 196 mil em março - o dado foi bem recebido pelo mercado, após o número frustrante de 33 mil em fevereiro.
O resultado ficou acima do consenso de mercado, de geração de 175 mil postos de trabalho. A taxa de desemprego permaneceu inalterada em 3,8% em março ante fevereiro, alinhada com as expectativas de mercado.
Câmbio e CDS.
A moeda norte-americana encerrou em alta moderada ante ao real nesta sexta-feira, com as expectativas voltadas para as reformas no cenário interno.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,8710 (-0,36%), acumulando -1,51% na semana (e no mês), -0,10% no ano e +15,90% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil passou a 171 pts de 173 pts antes.
Juros.
Os juros futuros findaram a sessão regular em queda moderada ao longo de toda sua a curva de estrutura a termo, sinalizando uma melhora no bom humor do mercado doméstico, movimento que foi na contramão da valorização do dólar no mercado interno.
Em relação à véspera, assim encerraram: o DI janeiro/2020 em 6,47% ante 6,50%; o DI janeiro/2021 em 7,03% versus 7,06%; o DI janeiro/2023 em 8,15% frente a 8,18%.
Para a semana
Brasil: IGP-DI; IPC-S; Confiança do consumidor; Vendas varejo; IPC-Fipe; 1ª Prévia IGP-M; IPCA; Volume setor de serviços e Atividade Econômica.
EUA: Pedidos de fábrica; Ofertas de Emprego JOLTS; IPC; Ata do FOMC.
Alemanha e França: IPC.
Zona do Euro: Produção industrial.
China: IPC; IPP e Balança comercial.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 6ª feira, 05.04.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos