Julian Assange, herói de nosso tempo.
Em um vídeo divulgado na manhã de 5ª feira, 11.04, o presidente do Equador, Lenín Moreno, confessou ter negociado com autoridades da Grã-Bretanha as condições para entregar à Justiça o fundador do site Wikileaks, o australiano Julian Assange.
A Polícia Metropolitana londrina confirmou ter detido Assange, de 47 anos, esta manhã, depois que a embaixada equatoriana permitiu sua entrada no prédio, onde o fundador do Wikileaks estava abrigado desde 2012, a fim de evitar sua extradição para os EUA.
“Respeitando aos direitos humanos e ao direito internacional, solicitei à Grã-Bretanha a garantia de que Assange não seria entregue a um país onde possa sofrer torturas ou pena de morte. O governo da Grã-Bretanha confirmou [aceitar a condição] por escrito, em cumprimento a suas próprias normas”,
disse Moreno.
Denúncia do Rafael Correa
No Twitter, o ex-presidente equatoriano Rafael Correa criticou a decisão de Moreno, afirmando que é uma “covardia”. Para Correa, que concedeu abrigo a Assange, a atitude do presidente equatoriano não será esquecida pela humanidade.
“Um dos atos mais atrozes, fruto de servilismo, vileza e vingança. A história será implacável com o culpado de algo tão atroz”,
disse Correa. Segundo ele, a decisão foi tomada porque o Wikileaks publicou denúncia de corrupção envolvendo Moreno.
"Moreno é o maior traidor da história da América Latina"
afirmou Correa no Twiter.
Fora da embaixada, Assange provavelmente será entregue aos EUA, onde seria condenado a prisão perpétua, pois graças ao Wikileaks, foram reveladas torturas dos soldados norte-americanos no Iraque. Foi revelada a espionagem contra a Petrobras e os governos do Brasil e da Alemanha e outras vilanias.
Ativistas de direitos humanos e da liberdade de expressão já consideram a 5ª feira, 11.04, um dia de luto para a humanidade.