Diário do Mercado na 2ª feira, 15.04.2019
Ibovespa opera à mercê da votação da reforma da previdência na CCJ
Comentário.
No dia final do exercício de opções obre ações, o Ibovespa encerrou positivo, mas deu a impressão que teria um dia muito mais favorável, após os últimos quatro pregões negativos.
O índice doméstico foi impulsionado, inicialmente, pelo repique das ações da Petrobras, que tinham caído mais de 8% na última sexta-feira por conta da suspensão do reajuste do óleo diesel.
Todavia, os papéis da petrolífera começaram a arrefecer seus avanços do meio da tarde em diante, com a percepção dos agentes que não deve haver reversão neste posicionamento pela empresa, porém, mesmo assim, ainda findaram com pequena alta.
Também, as incertezas que rondam a votação da admissibilidade da reforma da previdência na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que poderá ser ou não votada nesta terça-feira, terminaram por minar uma maior recuperação, contribuindo para a piora do humor, suplantando até declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, consideradas favoráveis pela aprovação.
Externamente, foi positiva a afirmativa do presidente regional do Fed de Chicago, Charles Evans, que o núcleo de inflação norte-americano poderia até atingir 2,5%, desde que não fosse crescente e que pudesse ser gerido de modo condizente de volta à meta de 2,0%.
No Brasil, o dólar comercial flutuou, basicamente, em terreno negativo, com curtas variações, fechando cotado a R$ 3,8680 (-0,51%). Os juros futuros recuaram como um todo, decaindo gradualmente dos vértices mais curtos para os mais longos.
Ibovespa.
O índice abriu ascendente e chegou a operar com quase 1% de alta até o meio da tarde. A partir daí, com os temores dos investidores sobre possível postergação da admissibilidade da reforma da previdência, arrefeceu seu movimento, chegando a transitar em baixa.
O Ibovespa fechou aos 93.082 pts (+0,22%), acumulando -2,44% no mês, +5,91% no ano e +10,37% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 20,027 bilhões, incluindo R$ 5,613 bilhões do exercício de opções sobre ações, com montante de R$ 13,968 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 11 de abril (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro de R$ 525,358 milhões, com o saldo negativo em R$ 714,693 milhões no mês. Em 2019, o saldo positivo cedeu para R$ 537,396 milhões.
Câmbio e CDS
A moeda norte-americana encerrou em baixa frente ao real, em um movimento sincronizado com o exterior.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,86800 (-0,51%), acumulando uma queda de -1,23% no mês, -0,18% no ano e +12,90% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil passou de 170 pts para 169 pts.
Juros.
Os juros futuros terminaram a sessão regular em queda, alinhados com o comportamento do dólar e induzido por dado do Banco Central de crescimento mais fraco, com especial atenção aos contratos de prazo mais longo, que renovaram mínimas.
Em relação à sessão anterior, assim finalizaram: o DI janeiro/2023 em 8,22% de 8,27%; o DI janeiro/2025 em 8,73% de 8,81%; e o DI janeiro/2027 em 9,03% de 9,12%.
Para a semana
Brasil: Coleta de impostos; Caged - Criação de empregos formais; IGP-M 2ª prévia.
EUA: Livro Bege; PMI Manufatura; Balança comercial.
Reino Unido: Taxa de desemprego; IPC.
Alemanha e França: PMI Manufatura.
Zona do Euro: IPC; PMI Manufatura.
Japão: Balança Comercial; Produção Industrial; IPC.
China: Produção industrial e PIB.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 15.04.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos