Diário do Mercado na 6ª feira, 10.05.2019
Ibovespa em baixa com prosseguimento da tensão entre EUA e China
Comentário.
O Ibovespa cedeu novamente, com cenário similar à véspera. A continuidade da guerra comercial entre EUA e China permaneceu sendo o principal fomentador para a aversão ao risco.
Além do aumento de tarifas de importações de 10% para 25% sobre cerca de US$ 200 bilhões de produtos chineses a partir de agora, o presidente norte-americano, Donald Trump, já quer expandi-la para abranger US$ 325 bilhões.
Trump também declarou que não há necessidade de pressa nas negociações, mas os chineses dão sinais que poderão retaliar a postura dos EUA. Enfim, as negociações entre os países parecem não ter prazo nem desfecho mais claros.
Internamente, os agentes estão cautelosos em relação à articulação política do governo para conseguir a aprovação do texto da reforma da previdência na Comissão Especial da Câmara dos Deputados.
De outra mão, o mercado traduziu o recente comunicado do Banco Central como possível viés baixista da taxa básica de juros (SELIC), refletindo em recuo dos juros futuros de curto prazo.
Ibovespa.
O índice principiou decaindo, batendo na mínima do dia em 93.234 pts (-1,65%), às 11:41h. A partir daí, reagiu consideravelmente, mas permaneceu em campo negativo. A alta da Vale evitou uma baixa maior, enquanto os papéis da Petrobras e do setor de bancos pesaram neste pregão.
O Ibovespa fechou aos 94.257 pts (-0,58%), acumulando -1,82% na semana, -2,18% no mês, +7,25% no ano e +9,78% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 13,004 bilhões, sendo R$ 12,798 bilhões no mercado à vista. No dia 8 de maio (último dado disponível), ocorreu ingresso líquido de capital estrangeiro de R$ 47,934 milhões na Bovespa, passando a saída líquida em maio para R$ 1,082 bilhão em maio. Em 2019, o saldo negativo está em R$ 576,3 milhões.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana encerrou em alta frente ao real nesta segunda-feira, após a fala do presidente dos EUA, Donald Trump, que mantiveram tensões sobra a guerra comercial com a China.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,9450 (-0,15%), acumulando 0,15% na semana, +0,61% no mês, +1,81% no ano e +11,16% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil se manteve em 173 pts.
Juros.
Os juros futuros fecharam em baixa ao longo de toda a sua curva de estrutura a termo, com destaque para os vencimentos intermediários, com a percepção dos agentes de possível viés de baixa na taxa Selic.
Em relação à véspera, assim findaram: DI janeiro/2020 em 6,40% de 6,41%; DI janeiro/2021 em 6,88% de 6,93%; DI janeiro/2023 em 7,99% de 8,06%; DI janeiro/2025 em 8,53% de 8,58%; e DI janeiro/2027 em 8,86% de 8,90%.
Agenda Econômica.
O IPCA - inflação ao consumidor oficial do país, cedeu a + 0,57% em abril de +0,75% em março, abaixo do consenso de 0,62%, mas foi a maior taxa para meses de abril desde 2016 (+0,61%). A inflação no mês foi pressionada principalmente pela aceleração dos preços dos grupos alimentação e bebidas (+0,63%), transportes (+0,94%) e saúde (+1,51%). O índice passou a acumular +2,09% no ano e +4,94% em 12 meses.
Confira no anexo a íntegra do relatóriod e analise do comportamento do mercado na 6ª feira, 10.05.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, do BB Investimentos.