Diário do Mercado na 4ª feira, 15.05.2019
Ibovespa recua com indicador desfavorável e saída de estrangeiro da Bolsa
Comentário.
Nem mesmo a continuidade do melhor humor externo conseguiu levantar o índice brasileiro. Internamente, pela parte de fundamentos econômicos, o indicador IBC-Br do Banco Central, tido como uma “prévia” do PIB, mostrou contração (com ajuste sazonal) de 0,68% no crescimento do País no 1º semestre (+0,1% no 4T18) deste ano. Já pelo lado financeiro, dados mostram prosseguimento do aumento da saída de capital externo da bolsa brasileira.
Externamente, os agentes tiveram seu ânimo incrementado pela notícia que o presidente norte-americano, Donald Trump, poderá postergar a imposição de tarifas sobre importação de automóveis por seis meses. Também que ele deverá se reunir com o presidente da China na reunião do G-2- (grupo das 20 maiores economias do mundo) no Japão, nos dias 28 e 29 de junho próximo.
Enfim, transpareceu para os investidores um abrandamento das tensões que envolvem a guerra comercial entre EUA e China. Já na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, o mercado segue monitorando as articulações do governo visando a aprovação do texto da reforma da previdência.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 3,9960 (+0,50%), mas chegou a ir na casa de R$ 4,02 pela manhã. Os juros futuros alternaram levíssimas altas e baixas até os vértices intermediários de sua curva de estrutura a termo, mas, elevação em sua ponta mais longa.
Ibovespa.
O índice já abriu em rápida queda, perfazendo mínimas ao redor de meia hora de negócios. Em seguida, foi gradualmente reagindo mas passou a parte da tarde circundando os 91.400 pts (-0,75%), com pequenas variações, até seu fechamento.
O Ibovespa encerrou aos 91.623 pts (-0,51%), acumulando -2,79% na semana, -4,91% no mês, +4,25% no ano e +7,63% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 15,553 bilhões, sendo R$ 15,247 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 13 de maio (último dado disponível), a Bovespa registrou saída líquida de capital estrangeiro de R$ 944,017 milhões, elevando a retirada líquida em maio para R$ 2,950 bilhões neste mês. Em 2019, o saldo negativo situa-se em R$ 2,443 bilhões.
Câmbio e CDS.
O dólar voltou a fechar em alta ante ao real nesta quarta-feira, repercutindo as perspectivas negativas sobre a economia brasileira. A divisa fechou cotada a R$ 3,9960 (+0,50%), acumulando +1,29% na semana, +1,91% no mês, +3,12% no ano e +9,12% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil avançou a 177 ante 175 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular de hoje estáveis nos contratos de curto e médio prazo, mas em alta moderada nos de longo prazo, refletindo o cenário de incerteza interna.
Em relação à véspera, assim findaram: DI janeiro/2020 estável em 6,40%; DI janeiro/2021 em 6,84% de 6,85%; DI janeiro/2023 em 8,00% de 7,99%; DI janeiro/2025 em 8,61% de 8,56%; e DI janeiro/2027 em 8,94% de 8,89%.
Agenda Econômica.
No Brasil, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central apresentou queda de -0,28% em março (com ajuste sazonal) ante a fevereiro (-0,98%), acumulando retração de 0,68% no primeiro trimestre de 2019. Já em comparação com março de 2018, mostrou retração de -2,52%, mas acumula variação de +1,05% em 12 meses.
Nos EUA, a produção industrial norte-americana cedeu -0,5% em abril, em relação a março (+0,2%). Na China, a produção industrial cresceu 5,4% em abril, desacelerando em relação a março (8,5%).
Para a semana.
Brasil: Caged (criação de empregos formais), Coleta de impostos; IPC-FIPE.
EUA: Vendas no varejo; Produção industrial; Construção e Licenças de casas novas; Índice antecedente e Confiança Univ. de Michigan.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado em 15.05.2019, preparado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos