Diário do Mercado na 2ª feira, 03.06.2019
Ibovespa em compasso de espera por notícias sobre a reforma
Comentário.
O índice brasileiro principiou junho em alta, mas não resistiu novamente ao comportamento adverso das bolsas externas. Mesmo assim, encerrou “de lado”, com os agentes mantendo perspectiva doméstica favorável em relação à aprovação da reforma da previdência.
Externamente, houve declaração de membro do Fed que uma redução da taxa de juros poderia ser justificada em breve – que já está sendo precificada pelo mercado, mas, de outra mão, que a guerra comercial “escureceu” as expectativas econômicas.
Estes comentários induziram a uma perda de valor do dólar norte-americano versus demais divisas no dia e levou o índice DXY (cesta de seis outras moedas) a baixar.
Também houve recuo da curva de juros norte-americana como um todo, mas, com a rentabilidade dos títulos curtos ainda superando a rentabilidade do título de 10 anos (referência).
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 3,8870 (-0,97%), em linha com o mercado internacional. Nos juros futuros recuaram como um todo: destaque para os vértices médios e longos de sua curva de estrutura a termo.
Ibovespa.
O Índice abriu ascendente, mas logo perdeu o ímpeto. Todavia, passou a maior parte do pregão em campo positivo, passando para campo negativo na hora final, para reagir rápido tão somente no leilão de fechamento. A Petrobras se destacou positivamente.
O Ibovespa fechou aos 97.020 pts (-0,01%), acumulando +10,39% no ano e +25,61% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 14,0 bilhões, sendo R$ 13,5 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 30 de maio (último dado disponível), houve entrada líquida de capital estrangeiro de R$ 225,140 milhões na Bovespa, com a saída líquida em maio indo a R$ 5,395 bilhões no mês. Em 2019, o saldo negativo acumulado está em R$ 4,888 bilhões.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana encerrou em queda frente ao real, sincronizado com o movimento das demais divisas emergentes, após a declaração de membro do Fed sobre a possibilidade de corte futuro de juros.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,8870 (-0,97%), acumulando -0,97% no mês, +0,31% no ano e +3,38% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil recuou a 178 pts versus 181 pts anterior.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em firme baixa, em consonância com o movimento de queda do dólar. Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2021 em 6,27% de 6,49%; DI janeiro/2023 em 7,41% de 7,56%; DI janeiro/2025 em 7,99% de 8,16%; e DI janeiro/2027 em 8,35% de 8,51%.
Agenda Econômica.
No Brasil, a balança comercial apresentou superávit de US$ 6,422 bilhões no mês de maio, com exportações de US$ 21,394 bilhões e importações de US$ 14,972 bilhões. No ano, o saldo positivo atingiu US$ 22,806 bilhões, com exportações de US$ 93,543 bilhões e importações de US$ 70,737 bilhões. Em 12 meses, o superávit acumulado passou a US$ 57,228 bilhões, com exportações de US$ 239,719 bilhões e importações de US$ 182,492 bilhões.
O PMI industrial do Brasil recuou para 50,2 pts em maio, de 51,5 pts em abril – sendo o menor nível dos últimos 11 meses. Já a utilização da capacidade instalada registrou um aumento de 0,6% em abril frente a março, atingindo 77,8%.
Nos EUA, o PMI industrial cedeu levemente a 50,5 pts em maio ante 50,6 pts em abril.
Para a semana
Brasil: IPC-Fipe; Prod. Ind.; IGP-DI e IPCA. EUA: Livro Bege Fed; Payroll (criação vagas na economia).
Alemanha: PMI Manuf. e Prod. Ind.;
França, Reino Unido e zona do euro: PMI Manuf.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 03.06.0219, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, do BB Investimentos