Diário do Mercado na 2ª Feira, 17.06.2019
Próximas decisões de Política Monetária no Brasil e nos EUA esfriam mercados
Comentário.
Enquanto os agentes precificam os recentes avanços no processo da reforma da previdência, os dois principais eventos agendados para esta semana, COPOM e FOMC, impuseram cautela nos mercados.
Bolsa, dólar e juros futuros DI passaram a maior parte do pregão oscilando sem tendência definida, mas, apenas ao final do dia, configuraram queda no Ibovespa, alta no DI futuro e estabilidade no câmbio.
A expectativa com as reuniões que definirão as taxas de juros no Brasil e nos EUA é majoritariamente dovish, ou seja, aguardando sinalizações de abrandamento das Políticas Monetárias até o final do ano.
No Brasil, o forte recuo da expectativa de Selic para 2019 e 2020 chamou atenção dos investidores e configurou maior alinhamento entre as apostas precificadas pelos agentes na curva DI e as projeções apresentadas pelos analistas à pesquisa do Relatório Focus.
Ibovespa.
Em dia de vencimento opções, o índice iniciou o pregão em alta, mas permaneceu oscilando em torno da média do dia, até fechar em baixa, ao longo dos últimos dez minutos. Pesaram especialmente o recuo da Vale, acompanhando a queda do preço do minério de ferro, e as ações dos bancos, com a possível elevação da Contribuição Social sobre os seus lucros.
O Ibovespa encerrou em 97.623 pts (-0,43%), acumulando +0,61% no mês, +11,08% no ano e +37,97% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 20,539 bilhões, sendo R$ 13,022 bilhões no mercado à vista e R$ 6,895 bilhões no exercício de opções.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 13 de junho (último dado disponível), a saída líquida de capital estrangeiro foi de R$ 165,567 milhões da Bolsa, com saída líquida aumentando para R$ -1,075 bilhão neste mês.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana fechou estável frente ao real nesta segunda-feira, com os investidores monitorando de perto as tensões do cenário político doméstico.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,8990 (+0,00%), acumulando -0,66% no mês, +0,62% no ano e +4,50% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil passou de 164 pts para 165 pts.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular de lado orientados pelo movimento do dólar, com leve viés de alta em alguns contratos que seguem aguardando o pronunciamento do Copom sob a manutenção ou corte da taxa de juros.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2020 em 6,08% de 6,04%; DI janeiro/2021 em 6,03% de 6,02%; DI janeiro/2023 em 7,00% de 6,96%; DI janeiro/2025 em 7,56% de 7,51%; e DI janeiro/2027 em 7,93% de 7,87%.
Agenda Econômica.
A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 1,219 bi na segunda semana de julho, sendo US$ 4,522 bi de exportações e US$ 3,303 bi de importações, anunciou o Ministério da Economia. No mês a balança acumula um superávit de US$ 2,339 bi e de US$ 24,45 bi no ano.
Para a próxima semana.
Brasil: Coleta de impostos; CAGED; IGP-M 2ª prévia; Confiança industrial CNI e Copom - Taxa Selic.
EUA: Construção de casas novas; Fed (FOMC) - decisão de política monetária; Novos pedidos seguro-desemprego e PMI Manuf.
Alemanha: PMI Manuf. França: Salários e PMI Manuf. Reino Unido: IPC e Taxa do Banco da Inglaterra.
Zona do Euro: Confiança do consumidor e PMI Manuf.
Japão: BOJ – política monetária.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análsie do comportamento do mercado na 2ª feira, 17.06, elaborado por RENATO ODO, CNPI-P, e HENRIQUE TOMAZ DE AGUIAR, CFA, ambos do BB Investimentos