Diário do Mercado na 4ª feira, 31.07.2019
Ibovespa recua, mesmo com corte do Fed, seguindo Nova York
Comentário.
O índice brasileiro fechou em baixa no dia, mas ainda terminou em alta de +0,84% em julho.
Os agentes optaram pela cautela antes da decisão do FOMC (Fed), que terminou reduzindo em 25 pts-base a taxa de juros, para o intervalo entre 2,00% e 2,25%. Todavia, a fala de seu presidente foi menos suave que o esperado pelos agentes, suscitando perdas para os índices acionários de Nova York, que contaminaram negativamente a bolsa brasileira.
No Brasil, após estarem fechados os mercados, o Copom decidiu baixar a taxa básica de juros em 50 pts-base, para seu novo piso histórico de 6,00%, com seu comunicado sinalizando que este pode ser o início de um ciclo de afrouxamento monetário.
Vale ressaltar que havia uma parcela menor, mas, significativa, que acreditava em redução de 25 pts-base, devendo induzir ajustes de posicionamentos nesta quinta-feira (1º/ago).
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 3,8190 (+0,74%). Os juros futuros avançaram após a fala do presidente do Fed, elevando como um todo sua curva de estrutura a termo. Vale lembrar que na decisão de redução do Copom, os mercados já estavam fechados.
Ibovespa.
O índice já abriu decaindo e seguiu operando em baixa enquanto os agentes aguardavam a decisão do Fed, às 15h. A partir daí, oscilou e perdeu um pouco mais de força. O setor de bancos foi o destaque negativo.
O Ibovespa encerrou aos 101.812 pts (-1,09%), acumulando -0,98% na semana, +0,84% no mês, +15,84% no ano e +28,52% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 18,447 bilhões, sendo R$ 17,769 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 29 de julho (último dado disponível), a retirada líquida de capital estrangeiro foi de R$ 81,380 milhões na Bolsa, registrando saída líquida de R$ 5,154 bilhões em julho. Em 2019, o saldo acumulado está negativo em R$ 9,054 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o Copom (Conselho de Política Monetária) reduziu 50 pts-base, para seu novo piso histórico de 6,00%, por unanimidade. O consenso pendia para a redução dessa magnitude, que estava precificada pelo mercado nos juros futuros (Dis), mas havia uma parcela considerável qu pensava em tão somente menos 25 pts-base.
Nos EUA, o Fed cortou a taxa de juro em 25 pts-base, para a faixa de 2,00% a 2,50%. Em linha com o esperado, a redução foi a primeira desde 2008, quando chegou ao piso de 0,00% a 0,25%. Vale ressaltar que a taxa vinha sendo mantida no intervalo de 2,50% e 2,25% desde dezembro de 2018 (5 reuniões) - quando interrompeu naquele momento um ciclo de alta.
Na China, na noite de ontem, o PMI industrial foi a 49,7 pts em julho ante 49,4 pts em maio.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana encerrou na máxima do dia frente ao real, alinhado com a valorização da moeda no exterior, após o comunicado posterior ao corte dos juros pelo Fed nos EUA.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,8190 (+0,74%), acumulando variações de +1,25% na semana, de -0,55% em julho, -1,45% no ano e +1,70% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil passou para 127 pts, de 126 pts ontem.
Juros.
Os juros futuros findaram sessão regular em alta, em consonância com o movimento de fortalecimento do dólar, puxado pela fala do presidente do Fed, Jerome Powell.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2021 5,50% em 5,42%; DI janeiro/2023 em 6,35% de 6,30%; DI janeiro/2025 em 6,90% de 6,84%; DI janeiro/2027 em 7,21% de 7,16%.
Para a semana.
Brasil: Prod. industrial, Balança comercial mensal, Utilização da capacidade CNI, Dados de veículos (Anfavea) e IPC FIPE - mensal;
EUA: PMI Manuf., Payroll (criação de vagas na economia), Taxa de desemprego e Índice Conf. Consumidor Univ. Michigan;
Alemanha: PMI Manuf.;
França: PMI Manuf.;
Zona do euro: PMI manuf.;
Reino Unido: PMI manuf. e Taxa de juros (BoE);
França: PMI manuf.
Confira no anexo a integra do relatório sobre o comportamento do mercdo na 4ª feira, 31.07.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, do BB Investimentos