Diário do Mercado na 5ª feira, 01.08.2019
Ibovespa tem início promissor, mas divulgação de Trump desmotiva
Comentário.
O índice doméstico parecia que iria principiar agosto com firme evolução e terminou registrando o maior volume financeiro do ano (excluindo dias de vencimentos de opções e de futuros). Na véspera, o Banco Central brasileiro reduziu a taxa de juros em 50 pts-base, para seu piso histórico de 6,00% a.a., mas havia uma parcela considerável que esperava baixa de tão somente 25 pts-base.
Ademais, o mercado entendeu as citações em seu comunicado como o início de um ciclo de afrouxamento monetário. Externamente, de modo favorável, o Fed também reduziu sua taxa de juros ontem.
Entretanto, no dia, na parte da tarde, o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de mais imposições de tarifas de importação sobre produtos da China, que torna a acirrar a guerra comercial entre os países, induziu tanto desacelerações, como quedas nos mercados acionários pelo mundo.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 3,8470 (+0,73%). Os juros futuros caíram com força até parte dos vencimentos intermediários, em ajuste de posicionamentos com a decisão da véspera de corte de 50 pts-base da taxa Selic, e com leve elevação a partir daí.
Ibovespa.
O índice principiou com tendência ascendente, que perdurou até por volta das 14:30h, chegando a testar os 104 mil pts. A partir daí, rapidamente perdeu força com a declaração de Trump, mas, não chegou a encerrar em campo negativo, como as bolsas nos EUA.
No dia, a Vale sofreu revés com balanço considerado aquém do desejável e a Petrobras foi penalizada pela queda dos preços do barril de petróleo. Depois, também pesaram papéis do setor de bancos.
O Ibovespa encerrou aos 102.125 pts (+0,31%), acumulando -0,67% na semana, +0,31% no mês, +16,20% no ano e +28,78% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 25,294 bilhões, sendo R$ 24,333 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 30 de julho (último dado disponível), a retirada líquida de capital estrangeiro foi de R$ 663,490 milhões na Bolsa, registrando saída líquida de R$ 5,817 bilhões em julho. Em 2019, o saldo acumulado está negativo em R$ 9,718 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a produção industrial de julho caiu -0,6% ante -0,1% em maio. Na comparação com o mesmo período de 2018, o indicador teve queda de -5,9%. A utilização da capacidade instalada baixou a 77,2% em junho, ante 77,9% em maio.
A Balança comercial brasileira apresentou um superávit de US$ 2,293 bilhões em julho, sendo US$ 20,054 bi de exportações e US$ 17,761 bi de importações. No acumulado do ano, o saldo da balança é positivo em US$ 28,369 bilhões. O PMI manufatura brasileiro contraiu para 49,9 em julho versus 51,0 pts em junho, sendo a primeira contração da indústria em 13 meses.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana findou em alta ante ao real, acompanhando comportamento similar no mercado internacional de moedas.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,8470 (+0,73%), acumulando variações de +1,99% na semana, de +0,73% em agosto, -0,72% % no ano e +2,37% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil passou para 130 pts, de 127 pts ontem.
Juros.
Os juros futuros findaram a sessão regular em queda firme nos contratos de curto prazo até parte dos intermediários, refletindo o corte da taxa Selic na véspera, e com levíssima elevação a partir daí.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2021 em 5,40% de 5,50%; DI janeiro/2023 estável 6,35%; DI janeiro/2025 em 6,91% de 6,90%; DI janeiro/2027 em 7,23% de 7,21%.
Para a semana.
Brasil: Dados de veículos (Anfavea) e IPC-FIPE - mensal;
EUA: Payroll (criação de vagas na economia), Taxa desemprego e Índ. Conf. Consumidor Univ. Michigan.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 5ª feira, 01.07.2019. elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos