Diário do Mercado na 5ª feira, 15.08.2019
Ibovespa vem abaixo dos 100 mil pts com persistência de temores
Comentário.
O Ibovespa deu continuidade à queda da véspera. Os agentes ainda mostraram sensibilidade aos riscos de possível desaceleração global e ao desenlace da guerra comercial entre EUA e China, com a aversão ao risco encerrando próxima do patamar da véspera (índice VIX em 21,18 versus 22,10 do dia anterior).
Também, vale ressaltar no dia o posicionamento militar da China dentro de Hong Kong, que tem tido protestos locais para se manter como território autônomo, pairando temores que poderá sofrer intervenção do governo central chinês.
Nos EUA, os indicadores divulgados mostraram alguma melhoria no varejo, mas a retração na produção industrial e baixa na capacidade instalada, além da diminuição da produtividade (prévia) no segundo semestre. Estes números contiveram uma maior recuperação dos índices acionários em Nova York, que fecharam divergentes e pouco distantes da estabilidade. Aparentemente, os investidores fizeram distinção, neste momento, entre os mercados das economias mais desenvolvidas e dos países considerados emergentes. A saída de capital estrangeiro da Bovespa no mês tem sido a tônica, com a retirada líquida já entrando na casa dos R$ 7 bilhões em agosto.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 3,9900 (-1,19%). Os juros futuros encerraram com levíssimas variações, ora positivos, ora negativos, quase ser alterar sua curva a termo.
Ibovespa.
O índice chegou até a abrir em alta, mas, logo em seguida, recuou e passou a operar o restante da sessão em baixa, perdendo mais força do meio da tarde em diante.
O Ibovespa fechou aos 99.056 pts (-1,20%), acumulando -4,75% na semana, +-2,71% no mês, +12,71% no ano e +28,52% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 21,170 bilhões, sendo R$ 18,908 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 13 de agosto (último dado disponível), ocorreu retirada líquida de capital estrangeiro de R$ 542,530 milhões da Bolsa, com a saída líquida passando a R$ 7,125 bilhões no mês. Em 2019, o saldo acumulado está negativo em R$ 17,559 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-10 teve deflação de -0,47% em agosto, após a variar +0,61% em julho. O índice acumula oscilações de +3,92% no ano e de +5,20% em 12 meses.
Nos EUA, as vendas no varejo subiram +0,7% em julho, ante a alta de +0,3%. Excluindo os automóveis, o indicador variou +1,0% ante julho ante +0,4% em junho. A produção industrial norte-americana regrediu -0,2% em julho, versus +0,2% registrados em junho. No geral, a indústria dos EUA contraiu -0,4% no período.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana cedeu frente ao real. O Banco Central anunciou na véspera mudanças na sua forma de atuar no câmbio, com leilão à vista de dólares a partir da próxima semana.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,9900 (-1,19%), variando +1,27% na semana, +4,48% no mês, +2,97% no ano e +2,39% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos avançou a 141 pts versus 140 pts do dia anterior.
Juros.
Os juros futuros finalizaram a sessão regular sem grandes variações ante a véspera, com leve viés de queda em alguns contratos, ressoando o movimento de baixa do dólar.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2020 em 5,47% de 5,48%; DI janeiro/2021 em 5,47% de 5,46%; DI janeiro/2023 em 6,46% de 6,47%; DI janeiro/2025 em 6,94% de 6,95%; DI janeiro/2027 em 7,23% de 7,24%.
Para a semana.
Brasil: Confiança industrial;
EUA: estoque de empresas e Construção e licenças de casas novas;
Japão: Produção Industrial, Vendas a varejo.
Confira no anexo a íntegra o relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 15.08.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos