Diário do Mercado na 6ª feira, 16.08.2019
Ibovespa reagiu e subiu, mas não seguiu integralmente Nova York
Comentário.
O Ibovespa, após dois pregões de firmes quedas, mostrou parcial recuperação no dia, mas ainda encerrou abaixo dos 100 mil pts. Em suma, apesar da percepção dos agentes ainda estar voltada para uma possível desaceleração econômica global no médio prazo, houve trégua em relação aos principais temores atuais.
Favoravelmente, não houve notícias adversas da guerra comercial entre EUA e China, além de ter sido veiculado que o governo alemão poderia adotar um pacote de estímulos caso sua economia siga denotando enfraquecimento.
O dia foi de melhorias e ganhos nos índices de Nova York, que contagiaram os principais mercados acionários pelo mundo. A aversão ao risco diminuiu, com o índice VIX cedendo para 18,47 pts, ante 21,18 da véspera.
Todavia, no dia, não ocorreu um reposicionamento em mercados considerados emergentes tanto quanto aconteceu nas bolsas das principais economias, com os investidores fazendo distinção na alocação e magnitude de suas aplicações. Também, vale ressaltar que permanece elevada a sensibilidade dos agentes em relação à bolsa brasileira, que continua a registrar continuidade em saída de capital externo, com recortes de saldos negativos de –R$ 8,452 em agosto e de –R$ 18,866 bilhões no ano.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,0030 (+0,33%). A curva da estrutura a termo da taxa de juros recuou como um todo, com expectativa de redução futura da taxa Selic.
Ibovespa.
O índice abriu subindo rapidamente, tentando acompanhar os índices externos, mas, antes da primeira hora de negócios passou a flutuar, basicamente, abaixo dos 100 mil pts e com curtas oscilações na parte da tarde.
O Ibovespa fechou aos 99.805 pts (+0,76%), acumulando -4,03% na semana, -1,97% no mês, +13,56% no ano e +29,92% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 18,531 bilhões, sendo R$ 16,524 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 14 de agosto (último dado disponível), houve saída líquida de capital estrangeiro de R$ 1,326 bilhão da Bolsa, com a retirada líquida subindo a R$ 8,452 bilhões no mês. Em 2019, o saldo acumulado está negativo em R$ 18,886 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPC-S cedeu a 0,26% na segunda quadrissemana de agosto ante 0,32% na medição anterior. O grupo Alimentação foi o maior contribuidor para a desaceleração, recuando de +0,37% para +0,14%.
Nos EUA, o índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan (prévia) recuou para 92,1 pts ante 98,4 anterior pts.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana encerrou em alta ante ao real, voltando ao patamar de R$ 4,00, em um movimento simultâneo ao de outras moedas emergentes no mercado internacional.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 4,0030 (+0,33%), variando +1,60% na semana, +4,82% no mês, +3,30% no ano e +2,59% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos cedeu a 139 pts ante 141 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros findaram a sessão regular em queda, tornando a prevalecer a visão dos agentes de queda de mais 50 pts-base pelo Copom em sua reunião em setembro próximo.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2020 em 5,43% de 5,47%; DI janeiro/2021 em 5,40% de 5,47%; DI janeiro/2023 em 6,37% de 6,46%; DI janeiro/2025 em 6,88% de 6,94%; DI janeiro/2027 em 7,17% de 7,23%.
Para a semana.
Brasil: IGP-M (2ª prévia), CAGED, Confiança industrial, Confiança do Consumidor, IPCA-15 e Coleta de impostos; EUA: Ata do FOMC, Novos pedidos seguro-desemprego e PMI Manufatura;
Alemanha e França: PMI Manufatura;
Zona do Euro: PMI Manufatura e Confiança do Consumidor.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 16.08.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos