Renda Fixa - Mercado Segundário de Debêntures
Ativos sofrem maior volatilidade, acompanhando o aumento da aversão ao risco global; contexto de queda de yields domésticos e atividade fraca
Cenário
Em momento de aversão ao risco, investidores globais vêm aumentando a busca por proteção nos títulos do Tesouro norte-americano, derrubando as principais bolsas e fortalecendo o dólar perante a maioria das moedas.
Por um lado, enquanto se intensificam as disputas comerciais entre EUA e China, por outro, o desempenho das economias chinesa e alemã desapontam as expectativas de mercado, agravando os temores de uma desaceleração global mais intensa.
Com isso, a curva de juros dos EUA vem apresentando nas últimas semanas maior inclinação negativa no horizonte de 5 anos e acentuado recuo do yield de 10 anos, já se posicionando abaixo do rendimento de 2 anos.
Paralelamente, os últimos dias assistiram a uma escalada de tensões também de ordem geopolítica, envolvendo Rússia, Coreia do Norte, Hong Kong e Argentina, que acrescentam novos vetores de aversão a ativos de risco, com aumento de exigência de prêmios e de volatilidade. O índice VIX, por sua vez, deslocou a sua faixa de oscilação para um patamar mais elevado, atingindo o segundo desvio padrão, em poucos dias.
No cenário doméstico, os ativos de renda fixa acompanham esta volatilidade, mas em menores proporções, na comparação com o câmbio e a Bolsa. De modo geral, os yields vêm repercutindo os progressos da reforma da Previdência, mas também indicadores enfraquecidos de atividade e inflação.
Debêntures no Secundário
Prosseguindo em forte incremento, as negociações no secundário refletem a tendência oposta à dos juros domésticos, que assimilam sucessivas reduções da taxa Selic e acentuados recuos dos yields dos títulos públicos federais.
Neste contexto, a dívida privada passa a apresentar maiores atrativos, na medida em que os ratings dos emissores se mantêm em graus elevados da escala nacional (em sua maioria, entre AAA e AA).
Ao mesmo tempo, também a percepção de risco medida pelo CDS implícito dos emissores, divulgada pela Bloomberg, configura um ambiente favorável, com perfil mais brando e cotações oscilando nas mínimas históricas.
Por outro lado, as variações de preço dos papéis privados ainda apresentam expressiva volatilidade, revelando certa indefinição de tendência para os próximos períodos.
Dessa forma, as operações mais longas (buy and hold) apresentam melhores oportunidades, pela captura de yields ainda relevantes, com baixo perfil de risco de crédito.
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito do Mercado Secundário de Debêntures, elaborad por RENATO ODO, CNPI-P, integrante do BB Investimentos