Diário do Mercado na 2ª feira, 20.08.2019
Ibovespa tem pequeno ajuste de baixa, com trajetória errática
Comentário.
O Ibovespa vivenciou um dia indefinido, mas resistiu a uma baixa maior. Sem notícias maiores que pudessem favorecer o mercado doméstico, o índice terminou se ajustando às quedas das bolsas externas, mas com perda menor.
A véspera da divulgação da ata do Fed e do discurso do presidente da instituição, Jerome Powell, nesta terça-feira no encontro de Jackson Hole, trouxeram cautela aos investidores. Em verdade, nas duas últimas semanas os índices de Nova York estão patinando, com diversas notícias consideradas temerárias. Uma hora tem trégua na guerra comercial entre Estados Unidos e China, em outra, volta com força. Em um momento espera-se que o Fed reduza a taxa de juros, mas, depois, começam a pairar dúvidas. Em um instante fala-se de desaceleração global, em seguida que a economia norte-americana vai bem.
Se já não bastasse essa oscilação de sinalizações para elevar a aversão ao risco e impactar negativamente a bolsa brasileira, surgiram preocupações com países emergentes, destacadamente com contágio negativo pelos investidores para o Brasil, com uma reprecificação negativa de ativos na vizinha Argentina. Aparentemente, diante da atual conjuntura, os agentes tendem a optar por “viver um dia de cada vez”.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,0510 (-0,37%). A curva da estrutura a termo da taxa de juros não denotou maiores alterações, apenas ajustes de posicionamentos.
Ibovespa.
O índice decaiu rapidamente após sua abertura, mas reagiu pouco depois. Contudo, após uma hora e meia de negócios passou a ter trajetória errática, ora em alta, ora em baixa, operando a maior parte do pregão em campo negativo.
O Ibovespa terminou aos 99.222 pts (-0,25%), acumulando -0,58% na semana, -2,54% no mês, +12,90% no ano e +29,99% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 15,563 bilhões, sendo R$ 14,055 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 16 de agosto (último dado disponível), ocorreu saída líquida de R$ 871,860 milhões em capital estrangeiro da Bolsa, com a retirada líquida indo a R$ 9,595 bilhões no mês. Em 2019, o saldo acumulado está negativo em R$ 20,029 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o índice de confiança industrial subiu a 59,4 pts em agosto, com alta de dois pontos em relação ao 57,4 pts registrado em julho, informou a CNI.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana encerrou em queda ante ao real, que após a perde da véspera, se destacou em ganhos entre as moedas emergentes e globais.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 4,0510 (-0,37%), variando +1,20% na semana, +6,07% no mês, +4,54% no ano e +2,38% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos cedeu a 138 pts ante 139 pts da véspera.
Juros.
Os juros encerraram a sessão regular de lado, com pequenas alterações em relação ao dia anterior, com baixa moderada nos vencimentos curtos e leves evoluções nos contratos médios e longos.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2020 em 5,43% de 5,45%; DI janeiro/2021 em 5,44% de 5,46%; DI janeiro/2023 em 6,44% de 6,43%; DI janeiro/2025 em 6,95% de 6,93%; DI janeiro/2027 em 7,25% de 7,23%.
Para a semana.
Brasil: Confiança do Consumidor, IPCA-15 e Coleta de impostos;
EUA: Ata do FOMC, Novos pedidos seguro-desemprego e PMI Manufatura;
Alemanha e França: PMI Manufatura;
Zona do Euro: PMI Manufatura e Confiança do Consumidor.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 2ª feira, 20.08.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos