Diário do Mercado na 5ª feira, 29.08.2019
PIB brasileiro em alta e declarações do governo chinês animam mercados
Comentário.
Seguindo a divulgação do PIB doméstico em alta inesperada, os principais mercados reagiram com otimismo, impulsionando fortemente a Bolsa e recuando, com certa moderação, os juros futuros, em um contexto favorecido pelo abrandamento das tensões comerciais entre China e EUA.
Mesmo diante da declaração do governo argentino, de que pretende atrasar parcelas de curto prazo de sua dívida externa, os investidores sustentaram a alta dos ativos brasileiros, com destaque para as ações dos setores de varejo, bancos e commodities.
No câmbio, os movimentos de mercado sofreram maior influência do fechamento da PTAX do mês e do desmonte de US$ 1,3 bilhão em posições compradas, de estrangeiros no mercado futuro.
As declarações do porta-voz chinês, afirmando que as contramedidas já adotadas pelo governo são suficientes e que os dois países continuam em comunicação efetiva, ajudou a impulsionar também o mercado global de commodities, beneficiando Petrobras e Vale ao longo de todo o pregão.
Ibovespa.
O índice renovou altas sucessivas ao longo do dia, acompanhando o otimismo dos agentes com a divulgação do PIB brasileiro acima das expectativas de mercado e com as declarações mas brandas por parte do governo chinês, atenuando as tensões com os EUA.
O Ibovespa fechou aos 100.524 pts (+2,37%), acumulando agora 2,93% na semana, -1,26% no mês, +14,38% no ano e +28,24% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 17,6 bilhões, sendo R$ 15,7 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 27 de agosto (último dado disponível), a bolsa registrou retirada de R$ 708,576 milhões em capital estrangeiro da Bolsa, com a saída líquida passando a R$ 12,172 bilhões no mês. Em 2019, o saldo acumulado está negativo em R$ 22,606 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o PIB do 2º trimestre cresceu +0,4% (com ajuste sazonal) ante o primeiro trimestre. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o indicador avançou 1,0% - mesma taxa acumulada em quatro trimestres. Já o crescimento acumulado no primeiro semestre foi de +0,7% em comparação ao primeiro semestre de 2018. O Consumo das Famílias teve alta de +0,3% (com ajuste sazonal) no 2T19 versus 1T19 e elevação de +1,6% frente ao 2T18.
O Governo Central registrou déficit primário de R$-5,955 bi em julho, o melhor resultado para o mês, em cinco anos. A meta fiscal deste ano aponta um déficit de R$-139 bilhões.
Nos EUA, a prévia do PIB mostrou variação de +2,0% no 2T19, em linha com o consenso. Já o Consumo das Famílias teve oscilação de +4,7%, acima do consenso, em +4,3%.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana findou cotada em alta frente ao real, após mais um dia marcado pela volatilidade no mercado de câmbio, com os investidores atentos especialmente à formação da PTAX do mês e aos desdobramentos da crise Argentina.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 4,1700 (+0,29%), variando +1,12% na semana, +9,19% no mês, +7,61% no ano e +1,24% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos passou a 138 pts de 140 anterior.
Juros.
Os juros encerraram a sessão regular em queda moderada ao longo de toda a curva.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2020 em 5,47% de 5,48%; DI janeiro/2021 em 5,62% de 5,64%; DI janeiro/2023 em 6,72% de 6,75%; DI janeiro/2025 em 7,22% de 7,26%; DI janeiro/2027 em 7,52% de 7,54%.
Para a semana.
Brasil: Taxa de desemprego nacional, Resultado primário e nominal do setor público consolidado;
EUA: Renda e gastos pessoais, PCE (Núcleo), PMI Chicago, Índice de Confiança do Consumidor da Universidade de Michigan;
França: IPC; zona do euro: IPC;
Japão: Taxa de desemprego, IPC, Produção industrial, PMI Manuf;
China: Lucros industriais, PMI manuf, Caixin PMI Manuf.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análsie do comportamento do mercado na 5ª feira, 29.08.2019, elaborado por RENATO ODO, CNPI-P 3058, e HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T. ambos integrantes do BB Investimentos