O petroleiro iraniano permanecera retido em Gilbraltar por duas semanas, por determinação abusiva do Departamento de Justiça dos EUA, o pretenso "poder judiciário internacional". Liberado pelo governo de Gibraltar , em 19.08, sob a alegação de que "sanções dos EUA contra o Irã não são aplicáveis na União Europeia", o petroleiro é alvo da ação de Mike Pompeu, o autoritário e belicoso secretário de Estado norte-americano, entusiasta da invasão do Irã e também da Coreia do Norte e da Venezuela,
Os EUA impuseram sanções ao petroleiro iraniano Adrian Darya-1, liberado por Gibraltar há quase duas semanas, e agora afirmam que possuem "informações confiáveis" de que a embarcação está indo para a Síria, desafiando sanções internacionais contra o regime de Bashar al-Assad.
"Temos informações confiáveis segundo as quais o petróleo está a caminho de Tartus, na Síria",
escreveu no Twitter na noite de 6ª feira, 30.08, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.
A punição atinge tanto o petroleiro quanto o capitão do navio. Num próximo passo, o governo americano pode vir a determinar medidas de retaliação contra portos e empresas que tenham negócios envolvendo o cargueiro.
"Isso serve de lição para todo aquele tentado a apoiar o petróleo iraniano em movimento destinado ao regime assassino de Assad",
escreveu no Twitter John Bolton, secretário de Segurança Nacional do presidente americano, Donald Trump.
O cargueiro, que era anteriormente chamado de Grace-1 e que transporta 2,1 milhões de barris de petróleo, carga avaliada em 130 milhões de dólares, foi detido em 4 de julho perto da costa de Gibraltar, por suspeitas de que transportava petróleo destinado à Síria, violando um embargo da UE União Europeia.
A apreensão acabou elevando as tensões entre o Reino Unido e o Irã, com Teerã negando qualquer violação.
"Sãnções dos EUA não são aplicáveis na UE"
Em 18 de agosto, o navio recebeu permissão para zarpar, apesar de uma intervenção do Departamento de Justiça dos EUA, que pediu que o petroleiro permanecesse retido, pedido rejeitado pelo governo de Gibraltar, que alegou não poder deter o superpetroleiro porque as sanções dos EUA contra o Irã não são aplicáveis na União Europeia.
As autoridades britânicas asseguraram que haviam decidido liberar o navio depois que o Irã se comprometera a não enviar a carga para a Síria.
Desde sua liberação por Gibraltar, o petroleiro está navegando pelo Mediterrâneo sem que seja conhecido seu destino, embora o Irã tenha dito na segunda-feira que havia vendido o petróleo que o navio transporta.
Na 6ª feira, de acordo com o site de monitoramento Marine Traffic, o Adrian Darya-1 estava a noroeste de Chipre, aparentemente a caminho da Turquia.
O Ministério do Exterior turco disse que o navio estaria a caminho do Líbano. As autoridades libanesas garantiram, no entanto, que não haviam recebido nenhum pedido para desembarcar o petroleiro iraniano. Informou-se, depois, que o navio não atracaria em um porto libanês, mas que estava se dirigindo para "as águas territoriais do país".
*A Deutsche Welle é o canal de comunicação internacional da Alemanha