Diário do Mercado na 4ª feira, 04.09.2019
Ibovespa: nada como um dia atrás do outro – o mercado vira rápido
Comentário.
O índice doméstico, após dois pregões iniciais de agosto em baixa, teve dia de repique e encerrou na máxima do dia. A tônica nas bolsas norte-americanos desde o princípio do mês passado tem sido a indefinição de uma trajetória consistente e a volatilidade tem imperado, contaminando os demais mercados acionários pelo mundo.
Em suma, no dia, internamente, a CCJ (Câmara de Constituição e Justiça) do Senado aprovou o texto do relator sobre a reforma da previdência.
Externamente, os temores da véspera dos agentes com a guerra comercial foram deixados de lado e prevaleceu a perspectiva de queda de juros nos EUA, na decisão do Fomc no próximo dia 18 de outubro, com a interpretação neste sentido de falas de membros do Fed.
Já o livro bege, documento no qual o Fed manifesta seu pensamento sobre a economia, foi também considerado favorável para o recuo de juros, com descrição de crescimento moderado para os EUA, apesar de citar riscos comerciais em relação à China e estabilidade da atividade imobiliária.
No Reino Unido, o parlamento aprovou proposta por vetar sem acordo o Brexit (saída da União Europeia), enfraquecendo a aspiração do primeiro-ministro, sendo bem recebida pelos agentes.
Já na China, a tensão geopolítica diminuiu em relação à Hong Kong, com o governo da ilha declinando da lei de extradição – que havia sido o estopim para vários protestos locais.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,1050 (-1,77%). Já a curva da estrutura a termo teve nova baixa generalizada, acompanhando a movimentação cambial.
Ibovespa.
O índice ascendeu rapidamente após sua abertura e, em seguida, passou a oscilar basicamente entre 100.500 pts e 101.000 pts, avançando para a máxima do dia nos leilões finais de fechamento. As ações da Petrobras e da Vale foram os destaques ponderados positivos.
O Ibovespa fechou aos 101.200 pts (+1,52%), acumulando +0,07% na semana (e no mês), +15,15% no ano e +35,46% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 14,769 bilhões, sendo R$ 13,681 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 2 de setembro (último dado disponível), a bolsa registrou saída líquida de R$ 187,483 milhões em capital estrangeiro, após o recorde de saldo negativo mensal de R$ 10,795 bilhões em agosto. Em 2019, o total acumulado mostra retirada de R$ 21,416 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, PMI composto (índice de gerentes de compras) avançou a 51,9 pts em agosto versus 51,6 pts de julho. Já o PMI do setor de serviços cedeu para 51,4 pts em agosto ante os 52,2 pts observado em julho.
Nos EUA, o "Beige Book" (Livro Bege) - relatório do Fed sobre as atuais condições da economia local, apresentou uma visão de moderada expansão da economia, mas ressaltou certa preocupação a respeito das políticas comerciais travadas pelo governo em relação à China e que, no curto prazo, as empresas seguem otimistas.
Vale lembrar o Fed de Atlanta projetou crescimento de +1,5% no 3T19, abaixo do +1,7% anterior, bem como o presidente do Fed de Chicago sinalizou que o potencial de crescimento dos EUA é de cerca de 1,75%.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) fechou encerrou em queda frente ao real, alinhado ao bom desempenho das moedas emergentes no cenário global. A divisa findou a R$ 4,1050 (-1,77%), variando -0,89% na semana (e no mês), +5,94% no ano e -1,13% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos cedeu a 129 pts de 132 pts antes.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em queda, na esteira do comportamento do dólar.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2020 em 5,38% de 5,40%; DI janeiro/2021 em 5,42% de 5,50%; DI janeiro/2023 em 6,46% de 6,56%; DI janeiro/2025 em 6,99% de 7,09%; DI janeiro/2027 em 7,29% de 7,38%.
Para a semana.
Brasil: IPCA, IGP-DI;
EUA: ADP emprego privado, Produtividade não agrícola, Custo da mão-de-obra, Pedidos de bens duráveis, Payroll - Criação de vagas na economia, Taxa de desemprego;
Alemanha: Produção industrial;
Zona do euro: PIB.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análsie do comportamento do mercado na 4ª feira, 04.09.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos