TIAR também é conhecido como Tratado do Rio e prevê que uma agressão a um Estado-parte será respondida de maneira coletiva pelos demais. O Brasil também é signatário.
Os EUA e seus aliados invocaram o TIAR Tratado Interamericano de Assistência Recíproca contra a Venezuela nesta 3ª feira, 17.09.
"A suspensão das negociações patrocinadas pela Noruega entre o governo interino da Venezuela e o antigo regime de Maduro reflete a recusa do regime em negociar de boa fé. Mais uma vez, o regime vê as negociações como uma tática para ganhar tempo e subverteu os esforços de boa fé para encontrar uma solução política pacífica",
afirmou o Departamento de Estado dos EUA em comunicado.
O texto da diplomacia estadunidense também reafirma que reconhece o autodeclarado presidente interino Juan Guaidó como governante legítimo da Venezuela e diz que as sanções impostas por Washington contra Caracas não serão retiradas até que o presidente Nicolás Maduro deixe o cargo.
O Departamento de Estado dos EUA, [do secretário Mike Pompeu], afirma que "continua a apoiar" Guaidó, a Assembleia Nacional e o "povo venezuelano que continua a buscar a restauração da democracia em seu país".
"Para isso, os EUA e nossos parceiros invocaram o TIAR/Tratado do Rio, que facilita ações coletivas adicionais para enfrentar a ameaça representada pelo antigo regime de Nicolás Maduro ao povo venezuelano e à região.
"Esperamos reunir-nos com parceiros regionais para discutir as opções econômicas e políticas multilaterais que podemos empregar contra a ameaça à segurança da região que Maduro representa",
diz o comunicado dos EUA.
Assinado em em 1947 no Rio de Janeiro, o TIAR também é conhecido como Tratado do Rio e prevê que uma agressão a um Estado-parte será respondida de maneira coletiva pelos demais.
Em 2012, o então presidente Hugo Chávez retirou a Venezuela do TIAR. A Assembleia Nacional, contudo, aprovou em julho deste a ano a volta de Caracas ao tratado.
Também nesta 3ª feira, os EUA aplicaram uma nova rodada de sanções contra a Venezuela. Desta vez, os alvos foram 3 pessoas e 16 empresas.
NOTA JF:
A despeito do Tratado do Rio ter sido assinado por Argentina e EUA em 1947, na Guerra das Malvinas os EUA ofereceram apoio à Inglaterra e não à Argentina. Os EUA não participaram diretamente do conflito por oposição explícita do governo brasileiro do general Figueiredo.
Atualmente o quadro que envolve a Venezuela é inteiramente outro. Embora explicitado pelo vice-presidente da República do Brasil, general Hamilton Mourão, que o País não apoia intervenção militar na Venezuela, nem irá permitir que outros países ataquem-na a partir do território brasileiro, poderá torná-lo voto vencido o elevado nível de servilismo ao governo norte-americano pelo presidente da República do Brasil, pelo ministro das Relações Exteriores e pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara ... ainda que a penúria orçamentária esteja levando o País a:
(a) a recolher para manutenção 3 de seus 5 submarinos dos anos 80 e 90 e disponibilização à venda de 2 deles ao Peru, ou troca por um navio de desembarque anfíbio de produção peruana da Classe LPD Pisco, sem desembolso de dinheiro;
(b) a suspender a modernização dos caças 12 Skyhawk da Marinha e dos 43 caças-bombardeiros AMX A-1 da FAB;
(c) a postergar a construção e entrega dos 36 caças suecos Grepen NG à FAB;
(d) a adiar o projeto de construção de 4 fragatas para a Marinha no estaleiro do Rio de Janeiro;
(e) postergar a solução da total ausência de sistema aéreo de defesa de médio e longo alcance a partir do sistema Astros-2020;
(f)) postergar para 2030 a conclusão do sistema de propulsão nuclear e a construção e entrega do próprio submarino nuclear brasileiro; bem como retardar o processo de construção no Brasil dos 4 submarinos Scorpene diesel-elétricos, do contrato original de 5 de que o primeiro, o Riachuelo, já se encontra em fase de testes até o final deste ano;
além de outros projetos militares estratégicos.
Seria uma gigantesca irresponsabilidade entrar em conflíto bélico com qualquer país.