Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, pediu à União Europeia novo adiamento da saída do Reino Unido do bloco da UE, após sofrer um duro revés no Parlamento.
A saída esta prevista para o dia 31.10 e Johnson quer estendê-la ao final de janeiro/2020.
Os deputados britânicos decidiram adiar sua decisão sobre o novo acordo do Brexit, mudando os planos do governo de realizar a separação até o fim de outubro.
Em uma sessão especial do Parlamento que deveria ratificar o tratado alcançado na 5ª feira entre Londres e os 27 países-membros da UE, os deputados aprovaram por 322 votos a 306 uma emenda a partir da qual ele não será aceito até que se tenha aprovado toda a legislação necessária para sua adoção.
Os deputados aprovaram no mês passado uma lei – Benn Act – obrigando Johnson a pedir um novo adiamento caso o acordo não fosse aprovado ontem. Apesar da ameaça de prisão que consta na lei, Johnson insistia que preferia a morte a pedir um novo adiamento do Brexit.
Segundo o governo britânico, Johnson enviou a carta ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, pedindo o novo adiamento em nome do Parlamento, mas não a assinou.
Em outra carta, esta sim assinada, Johnson diz que não queria a prorrogação, “que pode prejudicar os interesses do Reino Unido, de seus parceiros na UE e o relacionamento entre eles”, mas se viu forçado a solicitá-la em razão do Benn Act, do qual ele anexou uma cópia.
Tusk confirmou ontem à noite no Twitter que recebeu as cartas e iniciará consultas com os líderes da UE sobre a decisão a ser tomada. Para ser efetivo, o terceiro adiamento precisa ser aprovado de maneira unânime pelos outros 27 países do bloco.
O idealizador da emenda que adiou o que deveria ser uma votação histórica no Parlamento foi o ex-ministro conservador Oliver Letwin, deputado independente desde que foi expulso de seu Partido Conservador em setembro por votar contra o governo.
Letwin disse que respalda o acordo anunciado na 5ª feira entre Londres e Bruxelas, mas pretendia evitar uma armadilha dos eurocéticos mais teimosos: ele temia que estes votassem em favor do texto ontem e contra a legislação nos próximos dias, o que levaria o país a um catastrófico Brexit sem acordo no fim do mês.