Em desvantagem nas pesquisas eleitorais, Mauricio Macri e MicAngelo Pichetto enfrentam Alberto Fernandes e Cristina Kirchner, favoritos com 47% de preferência nas eleições primárias
Este domingo, 27.10, é dia de eleição na Argentina. Cerca de 34 milhões de argentinos estão habilitados para votar. Eles decidirão os cargos de presidente e vice-presidente, senadores e deputados. Os colégios eleitorais abrem às 08h e as votações serão encerradas às 18h.
As eleições primárias, realizadas em agosto no país, apontaram para uma vitória em primeiro turno da chapa de Alberto Fernandez e Cristina Kirchner. Na disputa, eles receberam 47% dos votos. Mauricio Macri, o atual presidente do país, recebeu 32%. Ele tem como vice Miguel Ángelo Pichetto.
Caso essa diferença se mantenha, Alberto Fernandez vence em primeiro turno. Na Argentina, é necessário 45% dos votos ou 40% e dez pontos de vantagem em relação ao segundo colocado.
Mauricio Macri é candidato pela coalizão Juntos por el Cambio. Alberto Fernández é da coalizão Frente de Todos.
Em terceiro lugar nas pesquisas, aparece Roberto Lavagna, que tem cerca de 8% das intenções de voto e é candidato pela coalizão Consenso Federal. São candidatos à presidência também Nicolás del Caño, da coalizão Frente de Esquerda; José Luis Espert, da Unite; e Juan Centurión, da Frente Nós. Os 3 últimos têm entre 1% e 3% das intenções de voto.
Deputados e Senadores
Além de eleger o presidente e o vice-presidente, a votação definirá os nomes de 130 deputados nacionais, 24 senadores nacionais e 43 deputados do Parlamento do Mercosul. Em algumas províncias também serão eleitas autoridades executivas e legislativas.
Posse em 10 de dezembro
Um eventual segundo turno será dia 24 de novembro e o novo governo tomará posse em 10 de dezembro. O mandato presidencial é de 4 anos e é permitida apenas uma reeleição.
Primárias
As primárias, conhecidas como PASO (Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias) funcionam como uma sondagem e serviram para definir os partidos e candidatos habilitados a participar das eleições gerais de hoje.
A economia argentina
Após o resultado das eleições primárias, o dólar disparou e Macri se viu obrigado a lançar uma série de medidas para tentar conter a inflação e aliviar um pouco o bolso dos argentinos.
Entre as medidas anunciadas por Macri estavam: a liberação de bônus salariais para os trabalhadores (servidores públicos e privados, informais e desempregados); o congelamento o preço da gasolina por 90 dias; o aumento do salário mínimo; e a permissão para que as pequenas e médias empresas pudessem renegociar suas dívidas tributárias em 10 anos. Ele anunciou ainda a redução no imposto de renda dos aposentados, bônus para famílias de baixa renda com filhos e um aumento de 40% no valor das bolsas dos estudantes.
A Argentina vive uma grave crise econômica e aumento da pobreza. Recentemente o país pediu moratória ao FMI por não reunir condições para pagar o empréstimo de US$ 50 bilhões tomado durante o governo Macri. A expectativa do próprio FMI é de que a economia Argentina encolha 3,1% em 2019. A inflação em 2019 deve chegar a 55%; 30% das pessoas vive na pobreza e os sem-teto chegam a quase 10% da população.