Diário do Mercado na 5ª feira, 31.10.2019
Ibovespa tem pregão de realizações após recorde na véspera
Comentário.
O índice brasileiro denotou queda no pregão – pode-se dizer até que foi um movimento natural perante o fechamento em recorde histórico da véspera. Mesmo assim, encerrou com alta de +2,36% em outubro, além de performar recordes históricos de fechamento desde a semana passada.
Internamente, tem-se como favorável o sinalizado corte de mais 50 pts-base na taxa Selic pelo Banco Central em sua última decisão do ano, em dezembro próximo.
Todavia, no exterior, parte dos agentes já estão formando opinião que o Fed não deverá mais cortar os juros ainda este ano nos EUA, devendo postergar esta redução para o início do próximo ano. Com esta percepção, os índices acionários de Nova York recuaram e influenciaram o comportamento do índice doméstico.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,0090 (+0,55%). Os juros futuros curtos e médios subiram, com destaque de alta para os contratos intermediários.
Ibovespa.
O índice abriu cadente e logo após a primeira hora de negócios passou a rondar os 106.500 pts, em um movimento de realização após o recorde da véspera. Na parte da tarde, foi gradualmente reagindo e recuperou os 107.000 pts na hora final do pregão, mas ainda findou em baixa. As ações da Petrobras encerraram positivas, mas os papéis do setor de bancos e a Vale pesaram no dia.
O Ibovespa fechou aos 107.219 pts (-1,10%), acumulando -0,13% na semana, +2,36% no mês, +22,00% no ano e +22,64% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 19,5 bilhões, sendo R$ 17,7 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na B3
No dia 29 de outubro (último dado disponível), o ingresso líquido de capital estrangeiro foi de R$ 642,22 milhões na Bovespa, baixando a saída líquida no mês a -R$ 8,819 bilhões. Em 2019, o saldo negativo líquido acumulado situa-se em -R$ 29,623 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a taxa de desemprego encerrou o terceiro trimestre em +11,8% em sua média móvel trimestral, de julho a setembro, ante os +12,0% registrados entre abril a junho, divulgou o IBGE. O resultado veio acima do 11,6% esperado pelo mercado.
Já o setor público consolidado encerrou setembro com déficit primário de -R$ 20,5 bilhões ante -R$13,4 bi de agosto. No ano, o governo apresenta um déficit de -R$ 42,491 bi e de -R$ 91,4 em 12 meses, equivalente a +1,29% do PIB.
Nos EUA, o núcleo do PCE (Personal Consumption Expenditures Price Index), que é a variação de preços monitorada pelo Fed, cedeu a 1,7% (A/A) em setembro versus 1,8% em agosto, em linha com o consenso de mercado.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana findou cotada em alta frente ao real, acompanhando a alta do dólar no exterior, devido a algumas incertezas elencadas sobre as negociações comerciais entre EUA e China.
A moeda fechou cotada a R$ 4,0090 (+0,55%), acumulando +0,02% na semana, -3,51% no mês, +3,46% no ano e +7,54% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos passou a 120 pts de 118 pts anterior.
Juros
Os juros futuros encerraram a sessão regular em alta nos contratos de curto e médio prazo – com destaque positivo para os vencimentos intermediários – mas, com viés de baixa para os vértices de mais longo prazo. Refletindo os ajustes do mercado perante o comunicado do Copom da véspera, houve reajustes de posicionamentos e realizações de lucros das recentes baixas.
Em relação ao pregão anterior, assim fecharam os contratos: DI janeiro/2020 em 4,76% de 4,74%; DI janeiro/2021 em 4,49% de 4,35%; DI janeiro/2023 em 5,41% de 5,35%; DI janeiro/2025 em 6,03% de 6,03%; DI janeiro/2027 em 6,39% de 6,43%.
Agenda.
Brasil: Produção industrial, PMI Manufatura, Balança comercial mensal;
EUA: Payroll, Taxa de desemprego, PMI Manufatura, Manufaturados ISM.
Confira no anex a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 5ª feira, 31.10.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRAL ALVES CNPI-T, integrante do BB Investimentos