Diário do Mercado na 3ª feira, 19.11.2019
Ibovespa tem novo recuo em véspera de feriado e de ata do Fomc
Comentário.
O índice brasileiro, sem o apoio de novas notícias domésticas mais promissoras, termina ficando mais à mercê do panorama externo. A questão da demora para a assinatura do acordo comercial “fase 1” entre EUA e China continua sendo o cerne da questão e levanta receios, contribuindo para afastar o investidor ainda mais dos mercados de risco emergentes.
Ademais, vale lembrar que é véspera de feriado em São Paulo e não haverá pregão na Bovespa nesta quarta-feira, na qual será divulgada nos EUA a ata do Fomc de sua última reunião, com os agentes monitorando atentamente o documento para tentar inferir os movimentos futuros das taxas de juros norte-americanas.
Enfim, em Nova York, os índices acionários terminaram com sinais mistos: Dow Jones com pequena baixa; S&P500 negativo, mas “de lado”; e o Nasdaq ligeiramente positivo.
No Brasil, o dólar comercial esteve volátil e findou cotado a R$ 4,1980 (-0,17%), após perfazer recorde histórico de fechamento no pregão anterior. Os juros futuros curtos ficaram quase estáveis; os intermediários tiveram realizações e os longos avançaram.
Ibovespa.
O índice chegou a ensaiar uma subida inicial, mas logo perdeu força e pouco antes do meio dia entrou definitivamente em campo negativo e prosseguiu cedendo. Do meio da tarde em diante, já passou a oscilar não distante de sua pontuação de fechamento com curtas variações.
O Ibovespa fechou aos 105.864 pts (-0,38%), acumulando -0,65% na semana, -1,26% no mês, +20,45% no ano e +20,44% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 14,1 bilhões tendo o mercado á vista negociado R$ 12,5 bilhões.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 14 de novembro (último dado disponível), a Bovespa apurou saída líquida de capital estrangeiro de -R$ 905,130 milhões, com a retirada líquida indo a -R$ 5,077 bilhões em novembro. Em 2019, o saldo negativo líquido acumulado passou a -R$ 35,482 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a segunda prévia do IGP-M de novembro variou +0,01% versus +0,85% na segunda prévia de outubro. Os seus subíndices assim oscilaram: IPA-M em -0,06% (+1,29% na segunda prévia de setembro); IPC-M em +0,03% (-0,05% na segunda prévia de setembro); e o INCC-M em +0,24% (+0,10% na segunda prévia de setembro). O indicador geral passou a acumular +4,78% no ano e +3,65% em 12 meses.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) esteve volátil no dia e firmou-se em campo negativo somente após ás 14h. Após o recorde histórico de fechamento da véspera, o cenário externo chegou a induzir uma alta inicial e não permitiu uma maior realização de lucros no dia.
A moeda fechou cotada a R$ 4,1980 (-0,17%), acumulando +0,12% na semana, +4,64% no mês, +8,34% no ano e +11,53% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos passou a 126 pts ante 125 pts anterior.
Juros.
Os juros futuros também tiveram uma sessão oscilante. No final, as taxas curtas ficaram praticamente estáveis – que tem sido a tônica recente; parte dos contratos intermediários tiverem pequenas realizações das últimas altas; e os vencimentos mais longos avançaram, acompanhando uma certa piora no panorama externo.
Em relação ao pregão anterior, assim fecharam os contratos:
DI janeiro/2020 em 4,71% de 4,72%;
DI janeiro/2021 em 4,66% de 4,68%;
DI janeiro/2022 em 5,28% de 5,30%;
DI janeiro/2023 em 5,80% de 5,82%;
DI janeiro/2025 em 6,39% de 6,36%;
DI janeiro/2027 em 6,71% de 6,68%.
Agenda.
Brasil: Confiança industrial CNI, Coleta de impostos, Caged, IPCA-15;
EUA: Ata do Fomc, PMI Manufatura Markit, Índice de Confiança do Consumidor da Univ. de Michigan;
Alemanha: PIB, PMI Manufatura Markit/BME;
França: PMI Manufatura Markit;
Zona do euro: OECD Economic Outlook;
China: 1-Year Loan Prime Rate, 5-Year Loan Prime Rate.
Confira no anexo a integra do relatório sobre o comportamento do mercado nesta 3ª feira, 19.11.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, do BB Investimentos