Diário do Mercado na 2ª feira, 25.11.2019
Ibovespa tem leve realização com mudança parcial de perspectivas
Comentário.
O índice brasileiro teve um dia de realizações, após dois pregões de ganhos, se descolando negativamente das bolsas norte-americanas. Internamente, os agentes, de acordo com o relatório Focus do Banco Central, subiram sua projeção de juros (taxa Selic) 4,25% a.a. para 4,50% a.a. para 2020.
De outra mão, o mercado não espera que mais reformas ainda ocorram neste final de ano – até pelo exíguo prazo, postergando sua expectativa para o próximo ano.
Também, dados do setor externo induziram o dólar a ter nova cotação recorde de fechamento. Este panorama doméstico foi precificado pelos investidores e suplantou até a notícia externa vinda da China, que divulgou que a conclusão do acordo comercial “fase 1” com os EUA já estaria na iminência de seu desfecho. Os índices acionários de Nova York (Dow Jones, S&P500 e Nasdaq) fecharam em recordes.
No Brasil, o dólar comercial terminou em nova máxima histórica de fechamento (desde o plano real), cotado a R$ 4,2140 (+0,52%). Os juros futuros curtos fecharam próximos da estabilidade, mas, a partir dos contratos intermediários, avançaram com firmeza.
Ibovespa.
O índice abriu em alta, mas logo passou a denotar trajetória oscilante e errática ao longo do pregão. Destaque positivo no dia para os papéis do setor de proteínas e depois para aqueles do setor de siderurgia e mineração. Já as ações da Petrobras e do setor de bancos pesaram na sessão.
O Ibovespa findou aos 108.423 pts (-0,25%), acumulando +1,12% no mês, +23,37% no ano e +25,74% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 16,0 bilhões, tendo o mercado à vista negociado R$ 17,7 bilhões.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 19 de novembro (último dado disponível), a Bovespa registrou saída líquida de capital estrangeiro de -R$ 164,587 milhões, com a saída líquida passando a -R$ 5,228 bilhões em novembro. Em 2019, o saldo negativo líquido acumulado situa-se em -R$ 35,228 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o investimento direto no país registrou US$ 6,815 bilhões em outubro. O indicador passou a acumular US$ 62,126 bilhões no ano e US$ 79,499 bilhões no ano (4,35% do PIB). O déficit em transações correntes foi de -US$ 7,874 bilhões em outubro. O indicador passou a acumular saldos negativos de -US$ 45,657 bilhões no ano e de -US$ 58,825 bilhões em 12 meses (3,00% do PIB).
A dívida externa bruta estimada situa-se em US$ 326,842 bilhões em outubro (US$ 253,456 bilhões de longo prazo e US$ 73,386 bilhões de curto prazo) ante US$ 327,391 bilhões em setembro.
Já o Índice de Confiança do Consumidor/FGV baixou para 88,9 em novembro versus 89,4 em outubro.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) subiu ainda pela manhã após os agentes digerirem o dado do déficit em transações correntes ter vindo pior do que o consenso de mercado. Na parte da tarde, ascendeu um pouco mais e encerrou em novo recorde histórico de fechamento desde o plano real (1994).
A moeda findou cotada a R$ 4,2140 (+0,52%), acumulando +5,03% no mês, +8,75% no ano e +10,20% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos passou a 124 pts ante 125 pts anterior.
Juros.
Os juros futuros curtos fecharam com sinais divergentes, mas não distantes da estabilidade. Já a partir dos vencimentos intermediários, subiram com firmeza, acompanhando o comportamento do dólar.
Em relação ao pregão anterior, assim fecharam os contratos: DI janeiro/2020 em 4,68% de 4,69%; DI janeiro/2021 em 4,65%; DI janeiro/2022 em 5,37% de 5,33%; DI janeiro/2023 em 5,94% de 5,88%; DI janeiro/2025 em 6,54% de 6,45%; DI janeiro/2027 em 6,85% de 6,77%.
Agenda.
Brasil: Custos de construção/FGV, Total da dívida federal, IPC-FIPE, dados do setor de crédito, IGP-M inflação ao atacado, Taxa de desemprego, Resultados primário e nominal do setor público;
EUA: Estoques de varejo e no atacado, Balança comercial, Vendas de casas novas, PIB, Consumo pessoal, Pedidos de bens duráveis, PCE (núcleo), Livro Bege;
França: PIB;
Japão: Produção industrial;
China: Lucros industriais, PMI manuf., PMI não manuf.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 2ª feira, 25.11.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos.