Diário do Mercado na 2ª feira, 02.12.2019
Ibovespa avança na véspera da divulgação do PIB 3T19
Comentário.
O índice doméstico registrou ganho no dia com trajetória sempre positiva, se descolando dos negativos índices acionários norte-americanos. Uma série de motivos desencadearam o movimento altista deste pregão: já na noite de sexta-feira e de domingo passado, os dados da China vieram melhores; os superávits da balança comercial brasileira subiram US$ 6,5 bilhões com revisão de setembro a novembro; e a percepção dos agentes que a divulgação do PIB 3T19, na manhã desta terça-feira, tende a ser proveitosa.
Externamente, houve declaração do governo dos EUA que poder[á haver taxação de produtos da China caso o acordo comercial “fase 1” não se concretize até 15 de dezembro próximo.
Neste panorama, as bolsas de Nova York, que não haviam funcionado na quinta-feira passada (ferido do “Dia de Ação de Graças”) e apenas parcialmente na sexta-feira (“Black Friday) sofreram realizações e encerraram em queda - lembrando que na quarta-feira, dia 27 de novembro, haviam encerrados todas em recordes históricos de fechamento.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado na máxima do dia, a R$ 4,2110 (-0,68%). Os juros futuros terminaram majoritariamente em alta, com destaque para os contratos intermediários.
Ibovespa.
O índice ascendeu rapidamente após sua abertura e após meia hora de negócios passou o restante da sessão circundando os 109 mil pts (+0,70%), com curtas variações até seu fechamento.
O Ibovespa fechou aos 108.927 pts (+0,64%), acumulando +23,94% no ano e +21,70% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 16,9 bilhões, sendo R$ 15,4 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 28 de novembro (último dado disponível), Bovespa teve saída líquida de -R$ 76,8 milhões de capital estrangeiro, com a retirada líquida passando a -R$ 8,274 bilhões em novembro e a -R$ 38,6781 bilhões em 2019.
Agenda Econômica.
No Brasil, a balança comercial registrou superávit de US$3,4 bilhões em novembro, com exportações de US$ 17,6 bilhões e importações de US$ 14,2 bilhões. O saldo acumulado está em US$ 41,079 bilhões em 2019. No geral, os resultados de setembro até novembro foram revisados, incrementando o superávit comercial em US$ 6,5 bilhões.
Já o PMI manufatura subiu para 52,9 em novembro ante 52,2 em outubro. A utilização da capacidade instalada (CNI) melhorou para 78,0% em outubro versus 77,9% em setembro.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário), apesar do um humor externo, recuou com a revisão para cima de cerca de US$ 6,5 bilhões no saldo acumulado da balança comercial de setembro a novembro deste ano.
A moeda fechou na mínima do dia, valendo R$ 4,2110 (-0,68%), acumulando +8,67% no ano e +9,15% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos permaneceu em 125 pts.
Juros.
Os juros futuros não acompanharam a queda do dólar. O mau humor externo terminou por elevar as taxas dos títulos do Tesouro norte-americano e os agentes aproveitaram para fazer ajustes na curva da estrutura a termo doméstica.
Em relação ao pregão anterior, assim fecharam os contratos: DI janeiro/2020 em 4,64% de 4,66%; DI janeiro/2021 em 4,75% de 4,70%; DI janeiro/2022 em 5,44% de 5,35%; DI janeiro/2023 em 5,96% de 5,89%; DI janeiro/2025 em 6,57% de 6,52%; DI janeiro/2027 em 6,90% de 6,85%.
Agenda.
Brasil: PIB, Produção industrial, Dados Veículos/Anfavea, IPC-Fipe, IPCA;
EUA: ADP setor empregos privados, Balança comercial, Pedidos bens duráveis, Payroll - Criação de vagas na economia, Taxa desemprego, Média de ganhos por hora, Estoques e vendas no atacado, Sentimento Univ. Mich, Crédito ao consumidor;
Alemanha: Prod. industrial.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análsie do comportamento do mercado na 2ª feira, 02.12.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, do BB Investimentos.