Diário do Mercado na 6ª feira, 28.02.2020
Ibovespa reage com firmeza no final, refletindo reação externa
Comentário.
O Ibovespa reverteu um dia que indicava ser negativo, contaminado pela aversão ao risco global dos investidores, na esteira das preocupações com a continuidade da disseminação do coronavírus pelo mundo.
Os índices acionários de Nova York estavam sofrendo forte revés, mas tiveram um alívio após citação do Fed que disse estar atento a doença, passando a sensação ao mercado que novos cortes de juros poderão ocorrer.
Assim, o índice doméstico foi favorecido, com típica recomposição de carteiras nos momentos finais, em um pregão de volume financeiro recorde para dias sem vencimentos, com papéis menos propensos à patologia denotando elevações, entre outros.
No Brasil, o dólar comercial, apesar de findar “de lado”, cotado a R$ 4,4780 (+0,04%), marcou seu sétimo recorde histórico de fechamento consecutivo. Os juros futuros curtos até parte dos intermediários tiveram firmes recuos, mas subiram na ponta longa.
Ibovespa.
O índice principiou cadente e chegou a ir abaixo dos 100 mil pts pouco depois no meio dia. A partir daí, foi gradualmente reagindo, mas somente nos leilões de fechamento avançou com firmeza e encerrou positivo.
O Ibovespa fechou aos 104.171 pts (+1,15%), acumulando -8,37% na semana, -8,43% no mês, -9,92% no ano e +8,98% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 40,0 bilhões, sendo R$ 34,6 bilhões no mercado à vista – ambos recordes históricos para dias sem vencimentos.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 26 de fevereiro, a Bovespa apurou saída líquida de R$ 3,068 bilhões em capital estrangeiro, acumulando saldos negativos de -R$ 15,750 bilhões no mês e de -R$ 34,908 bilhões no ano.
Agenda Econômica.
No Brasil, a taxa desemprego recuou para foi de 11,2% no trimestre móvel até janeiro, ante 11,6% no trimestre ago/set/out e 12,0% no trimestre no/dez/jan-2019. O IBGE frisou “a população desocupada (11,9 milhões de pessoas) teve redução em ambas as comparações: -3,7%, (ou 453 mil pessoas a menos) em relação ao trimestre móvel anterior e -5,6% (712 mil pessoas a menos) em relação ao mesmo trimestre do ano anterior”.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) marcou seu sétimo recorde histórico de fechamento seguido, além de atingir sua cotação máxima em R$ 4,5140. A elevação da aversão ao risco impulsionou a divisa no mercado doméstico, em dia de formação da PTAX (precificará os contratos vincendos na próxima segunda-feira).
A moeda fechou a R$ 4,4780 (+0,04%), acumulando +2,18% na semana, +2,56% no mês, +9,51% no ano e +19,31% em 12 meses.
Risco País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) subiu a 132 pts ante 120 de ontem.
Juros.
Os juros futuros curtos até parte dos intermediários recuaram, batendo em suas mínimas históricas, com os agentes agora apostando que poderá haver novo corte da taxa Selic, na decisão do Copom em 18 de março próximo Já as taxas longas subiram. Em relação ao pregão anterior, assim findaram as taxas:
DI janeiro/2021 em 4,10% de 4,15%;
DI janeiro/2022 em 4,59% de 4,66%;
DI janeiro/2023 em 5,24% de 5,27%;
DI janeiro/2024 em 5,79%;
DI janeiro/2025 em 6,14% de 6,12%;
DI janeiro/2027 em 6,63% de 6,57%.
Agenda.
vide página 3 do anexo.
Empresas.
Calendário de Balanços de Empresas 4T19 – vide página 4.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 28.02.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos.