Impacto do coronavírus na economia, renda fixa, setores e empresas
Março/2020
O “efeito coronavírus” continuará sendo acompanhado de perto pelo mercado. As incertezas sobre as consequências econômicas no Brasil e no mundo seguirão sendo precificadas, à medida que forem surgindo.
A percepção do mercado é que o coronavírus veio para ficar, sendo mais uma patologia global que necessitará de uma vacina específica. Enquanto esteve restrita na China, o seu impacto não foi realisticamente espelhado pelos mercados.
Todavia, no final de fevereiro, a doença se espalhou globalmente e elevou a aversão ao risco dos investidores, derrubando significativamente os índices acionários em todo o mundo.
Em um primeiro momento, passou a existir a certeza de que haverá impacto econômico global e no Brasil, já no curto prazo, o que levou a uma mudança para baixo na pontuação do Ibovespa, em meio à temporada de balanços de empresas do 4T19.
As incertezas envolvem o comprometimento do crescimento econômico ainda este ano, com o mercado precificando que haverá uma desaceleração do PIB mundial.
Externamente, o FED efetuou uma reunião extraordinária – evento que não ocorria desde 8 de outubro de 2008 (época do auge da crise do subprime nos EUA) – na qual reduziu em 50 pontos-base a taxa de juros norte-americana, para o intervalo entre 1,00% e 1,25%, levando o juro real local a ficar negativo, dado que a inflação (PCE- núcleo A/A) gira em torno de 1,7%.
Também, novas medidas de política monetária são esperadas tanto nos EUA como nas demais grandes economias mundiais, como forma de estímulo econômico-financeiro.
No Brasil, surgiram casos suspeitos, mas muito poucos confirmados até o momento. De toda a forma, o impacto adverso global conjecturado do coronavírus passou a ser precificado, levando os investidores a efetuarem ajustes em seus portfólios, selecionando papéis de setores que poderão ser menos atingidos economicamente, levando em conta também as companhias que ratificaram os resultados esperados.
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito elaborado por
VICTOR PENNA, CNPI, Gerente de Pesquisa, Análise de Empresas,
do BB Investimentos