Diário do Mercado na 6ª feira, 06.03.020
“Efeito coronavírus” continua a derrubar as bolsas globalmente
Comentário.
O Ibovespa teve mais um pregão de pressão vendedora, com expressivo volume financeiro – diz no mercado que “caiu com força”, findando abaixo dos 100 mil pts.
Resumidamente, o “efeito coronavírus" permaneceu trazendo impactos negativos para os mercados acionários pelo mundo, somado no dia aos receios dos investidores de permanecerem comprados ao longo do final de semana. Internamente, prosseguiu a elevação do aumento de suspeitas de casos e mais casos confirmados, incluindo transmissão local da doença.
Externamente, o índice VIX, parâmetro de aversão ao risco, avançou e chegou até quase 55 pts no dia e encerrou em sua máxima do ano, aos 41,94 pts, além de ter registrado o maior fechamento desde 3 de outubro de 2011 (45,45 pts). As bolsas de Nova York sucumbiram e ajudaram a contaminar negativamente os demais mercados de renda variável.
Enfim, nada mudou de ontem para hoje, com a disseminação da patologia e as sequelas econômicas que poderão ainda advir, mantendo a incerteza pulsante. Mais uma vez, vale ressaltar que em épocas de maior volatilidade, os agentes usualmente preferem “viver um dia de cada vez”.
O dólar comercial cedeu, após 12 altas seguidas, para R$ 4,6330 (+-0,39%). Os juros futuros curtos foram destaques de baixa, até parte dos vencimentos intermediários. A partir daí, denotaram pequenas elevações.
Ibovespa.
O índice abriu em baixa e passou o restante do pregão navegando basicamente abaixo dos 90.500 pts, acompanhando a trajetória do índice S&P500 com perda maior. Na hora e meia final chegou a recuar um pouco mais, mas recuperou parte do terreno na zeragem nos leilões finais de fechamento.
A queda do preço do petróleo no mercado internacional (tipo Brent em US$ 45,27; -9,44%) pesou sobre a Petrobras, cujas ações foram destaques ponderados de baixa, seguidas pela Vale.
O Ibovespa fechou aos 97.996 pts (-4,14%), acumulando -5,93% no mês (e na semana), -15,26% ano e +4,01% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 39,9 bilhões, sendo R$ 33,9 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 4 de março, a Bovespa apurou retirada líquida de capital estrangeiro de R$ 1,195 bilhão, acumulando saída líquida de R$ 4,668 bilhões em março (fevereiro: recorde de evasão líquida mensal de 20,971 bilhões). Em 2020, acumula agora saldo negativo de -R$ 44,517 bilhões (em 2019, retirada líquida de -R$44,517 bilhões).
Agenda Econômica.
Nos EUA, a criação de vagas na economia (payroll) foi de 273 mil em fevereiro, sendo o dado de janeiro revisto para 273 mil também (225 mil antes), acima do consenso de 175 mil. A taxa de desemprego cedeu a 3,5% em fevereiro (3,6% em janeiro).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) deu uma pausa em sua escalada de de 12 sessões consecutivas de elevações e teve pequeno arrefecimento em sua cotação. No dia, mais uma vez, o Banco Central atuou e vendeu em leilão US$ 2 bilhões em swap cambial (venda futura de dólares).
A moeda fechou cotada a R$ 4,6330 (-0,39%), acumulando +3,46% no mês (e na semana), +15,48% no ano e +20,84% em 12 meses.
Risco País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) avançou para 143 pts ante 129 pts do dia anterior.
Juros.
Os juros futuros mais curtos recuaram, até parte do intermediários, mas a ponta longa apresentou pequena alta. O dia foi de ajustes de posicionamentos, com a maior parte dos agentes acreditando agora em corte de 25 pts-base na taxa Selic na decisão do Copom no dia 18 deste mês. Em relação ao pregão anterior, assim findaram as taxas:
DI janeiro/2021 em 3,84% de 3,88%;
DI janeiro/2022 em 4,40% de 4,241;
DI janeiro/2023 em 5,08% de 5,07%;
DI janeiro/2025 em 6,04% de 6,02%;
DI janeiro/2027 em 6,57% de 6,54%.
Agenda. vide página 3.
Empresas. Calendário de Balanços de Empresas 4T19 – vide página 4.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 06.03.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos.