Diário do Mercado na 6ª feira, 13.03.2020
Ibovespa tem repique com volume, seguindo bolsas pelo mundo
Comentário.
O índice brasileiro “subiu com força”, como se diz no jargão do mercado, com ganho de +13,91%, na maior alta diária desde 13 de outubro de 2008 (+14,66%), mas também a pior queda semanal (-15,63%) desde esta mesma época.
O giro financeiro no dia foi muito superior ao condizente com o atual patamar na casa de 80 mil pts, denotando, inclusive, recomposição de carteiras, surpreendendo positivamente em véspera de final de semana.
Os índices acionários pelo mundo avançaram com a percepção positiva dos agentes em relação às medidas que vêm sendo adotadas pelos governos e bancos centrais dos países como forma de enfrentar os efeitos adversos do coronavírus.
Ao longo do dia, as bolsas chegaram a arrefecer com rumores que os EUA poderia declarar estado de emergência. Todavia, a visão se reverteu favoravelmente, pois liberará US$ 50 bilhões para combater a doença no território norte-americano, e os mercados acionários prosseguiram em ascensão, tendo ocorrido confirmação na parte da tarde em pronunciamento do presidente Donald Trump.
O índice Vix, que mensura a aversão ao risco, permanece ainda em patamar elevado, mas recuou para 57,83 pts ante 75,47 pts na véspera. Vale relembrar que a época tem sido de maior volatilidade e, nestes períodos, normalmente, os investidores optam por “viver um dia de cada vez”. De toda a sorte, acompanhar de perto se haverá a confirmação de alguma tendência nos próximos pregões.
O dólar comercial findou em novo recorde histórico de fechamento, em R$ 4,8160 (+0,56%). Os juros futuros recuaram, mas devolveram apenas parte da alta das duas últimas sessões.
Ibovespa.
O índice esteve oscilante: primeiro, já abriu em alta, mas foi perdendo força, parecendo que entraria em campo negativo. Todavia, a partir da primeira hora da tarde, engrenou tendência ascendente até seu fechamento. Destaques positivos ponderados para as blue chips, Petrobras, Vale e o setor de bancos.
O Ibovespa encerrou aos 82.677 pts (+13,91%), acumulando -15,63% na semana, -20,63% no mês, -28,51% ano e -16,41% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 42,8 bilhões, sendo R$ 36,9 bilhões no mercado à vista.
Capital Externo na Bolsa B3.
No dia 10 de março, a Bovespa contabilizou retirada líquida de capital estrangeiro de R$ 2,831 bilhões, acumulando saída líquida de R$ 10,770 bilhões em março (fevereiro: recorde de retirada mensal de -R$ 20,971 bi). Em 2020, acumula saldo negativo de -R$ 50,899 bilhões (em 2019, retirada líquida recorde anual de -R$44,517 bi).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) principiou com “gap de baixa”, cotado a R$ 4,7080, chegando a operar em baixa pela manhã, mas foi gradativamente escalando na parte da tarde.
O Banco Central interveio através de leilão de linha (com recompra) de US$ 2 bilhões. Desde 27 de fevereiro, o órgão já injetou US$ 17,8 bilhões com venda à vista, contratos de swap cambial e leilões de linha, mas a busca por “proteção” tem mantido a cotação em tendência ascendente.
A moeda fechou a R$ 4,8160 (+0,56%), acumulando +3,95% na semana, +7,55% no mês, +20,04% no ano e +26,30% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) recuou para 258 pts versus 309 pts no dia anterior.
Juros.
Os juros futuros já abriram em firmes quedas e assim operaram ao longo de toda a sessão, mas tão somente corrigindo parte das elevações dos dois últimos dias, em movimento apoiado na percepção de melhoria externa. Inclusive, pela manhã chegaram a tocar no limite de baixa estabelecido. Assim terminaram as taxas em relação ao dia anterior:
DI janeiro/2021 em 4,26% de 4,95%;
DI janeiro/2022 em 5,31% de 6,20%;
DI janeiro/2023 em 6,14% de 7,26%;
DI janeiro/2024 em 6,73% de 7,86%;
DI janeiro/2025 em 7,17% de 8,22%;
DI janeiro/2027 em 7,85% de 8,88%
Agenda. vide página 3 do anexo.
Empresas. Calendário de Balanços de Empresas 4T19 – vide página 4.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 13.03.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos.