Diário do Mercado na 2ª feira, 28.04.2020
Ibovespa recupera parte da perda do pregão anterior
Comentário.
O índice doméstico apresentou um dia de reação à perda da 6ª feira passada, se deslocando acima das altas dos índices acionários norte-americanos.
Se naquele dia houve rumores que poderia ocorrer uma reforma mais ampla no governo, que poderia até atingir o ministério da Economia, agora foi descartada, com a ratificação no cargo do ministro Paulo Guedes pelo Presidente Jair Bolsonaro. Isto trouxe alívio para o mercado e recuperação, mesmo que parcial, para a bolsa brasileira.
Externamente, a perspectiva de manutenção de políticas de afrouxamento monetário pelos bancos centrais - no dia, o BoJ (Bank of Japan) divulgou ilimitadas compras de títulos do governo – e a possibilidade de estarem se iniciando processos de reabertura de algumas economias ajudaram a levantar o humor dos investidores.
Em suma, os agentes optaram por deixar de lado as quedas dos preços dos barris de petróleo (Brent: US$ 20,00 em -8,26%; e WTI em US$ 12,78; -24,55%) e voltaram suas expectativas mais otimistas em uma possível melhoria econômica futura global. Neste panorama, as bolsas de Nova York operaram e terminaram positivas.
O dólar comercial abriu em baixa, mas reagiu ao longo do dia, findando a R$ 5,6550 (-0,21%). Os juros futuros curtos e os médios subiram, mas os longos cederam, em dia de ajustes.
Ibovespa
O índice principiou e operou sempre em alta, com o movimento se mantendo firme na hora final. As ações do setor de bancos, da Petrobras e da Vale subiram, assim como tiveram destaques individuais papéis dos setores de varejo digital e de alimentos.
O Ibovespa fechou aos 78.238 pts (+3,86%), acumulando +7,15% no mês, -32,35% ano e -18,70% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 24,2 bilhões, sendo R$ 20,9 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 22 de abril, a Bovespa registrou retirada de R$ 1,101 bilhão, com a saída líquida indo a -R$ 2,322 bilhões no mês (após retirada líquida mensal recorde de R$ 24,207 bilhões em março). Em 2020, acumula saldo negativo de -R$ 66,659 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
No Brasil, a confiança do consumidor, mensurada pela Fundação Getúlio Vargas, caiu para 58,2 pts em abril versus 80,2 pts em março. No Japão, o BoJ (Bank of Japan) manteve inalterada suas taxas de juros, mas divulgou medida de compras sem limite de títulos públicos.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu em baixa, mas foi paulatinamente avançando, mesmo com leilões de swap cambial e moeda à vista de US$ 1,1 bilhão, chegando a máxima no dia em R$ 2,7240 (+1,00%). Depois, com outro leilão de US$ 1,0 bilhão em swap cambial, conseguiu suprir liquidez ao mercado e a cotação arrefeceu na hora final.
A moeda fechou a R$ 5,6550 (-0,21%), acumulando +8,83% no mês, +40,95% no ano e +43,86% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) subiu a 372 pts versus 368 pts na sessão anterior.
Juros.
Os juros futuros curtos e intermediários subiram, enquanto os longos cederam (exceto o DI jan/29, que avançou), em dia de ajuste na inclinação da curva, após a escalada generalizada de sexta-feira passada. Assim fecharam as taxas em relação ao pregão anterior:
DI julho/2020 em 3,28% de 3,24%;
DI outubro/2020 em 3,24% de 3,14%;
DI janeiro/2021 em 3,20% de 3,12%;
DI janeiro/2022 em 4,22% de 4,10%;
DI janeiro/2023 em 5,70% de 5,58%;
DI janeiro/2025 em 7,50% de 7,61%;
DI janeiro/2027 em 8,46% de 8,59%
Agenda. vide página 3.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 27.04.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos