NEOENERGIA - Resultado no 1º trimestre/2020
Calmaria e previsibilidade antes da tempestade do Covid-19
A Neoenergia reportou bons números referentes ao primeiro trimestre de 2020, com estabilidade na receita, ainda não comprometida pelo impacto da pandemia, e redução de custos permitindo bom crescimento no seu resultado operacional e afirmando alta previsibilidade nos resultados da companhia.
Por ora, mantemos o nosso preço-alvo até compreender a extensão dos impactos da atual crise e o quanto será repassado às tarifas das Distribuidoras do Grupo mantendo o equilíbrio econômico dessas concessões.
Em relação às concessões de geração e transmissão não esperamos impactos relevantes decorrentes da pandemia. No entanto, devido à queda expressiva no preço das ações da companhia recentemente, elevamos nossa recomendação de Market perform para Outperform.
A receita líquida trimestral apresentou queda de 2,6% em relação ao 1T19, totalizando R$ 6.920,0 milhões, decorrente de pequena queda de 0,3% a/a no volume distribuído de eletricidade puxados por menor demanda comercial e rural devido ao clima mais ameno e à maior quantidade de chuva no Nordeste reduzindo a necessidade de irrigação rural.
Os últimos 10 dias de março já foram impactados pela quarentena iniciada para enfrentar a pandemia do Covid-19 e também contribuíram. Houve ainda a queda na receita a geração eólica que foi 25,2% inferior ao 1T19.
A queda na receita foi amenizada pelos reajustes tarifários e de preços de energia anuais pela inflação, por maior geração da Termopernambuco (+61,5% a/a) e por maior receita de Transmissão com dois novos projetos entrando em operação e maior receita de construção ligadas aos projetos em desenvolvimento.
As perdas totais das distribuidoras do Grupo aumentaram 2,28% a/a, em maior proporção que a energia injetada (+0,09% a/a), trazendo o índice consolidado de perdas totais, de 14,59% no 1T19, para 14,91% no 1T20. O aumento em perda de energia no trimestre foi puxado pelas concessões da Celpe e Cosern, enquanto Coelba e Elektro apresentaram algum progresso.
No acumulado dos últimos 12 meses, as distribuidoras do Nordeste apresentam piora no índice de perdas totais, sendo que a Cosern apresenta índice abaixo do limite regulatório, assim como a concessionária do Sudeste (Elektro) que apresentou melhora no índice de perdas e ainda foi beneficiada pela majoração de seu limite regulatório na última revisão tarifária ocorrida em agosto de 2019.
O índice de arrecadação melhorou nas distribuidoras do Nordeste na comparação 1T20 vs 1T19 e caiu 1,87 p.p. na Elektro, enquanto o percentual de provisionamento para inadimplência aumentou em 3 das 4 distribuidoras do grupo, com a exceção da Cosern na mesma comparação.
Coelba e Cosern estão enquadradas dentro do limite regulatório de inadimplência enquanto Celpe e Elektro excedem seus limites. Em relação aos indicadores de qualidade no fornecimento de energia (DEC e FEC), todas as Distribuidoras do grupo estiveram enquadradas em seus limites regulatórios no trimestre.
O total de custos não gerenciáveis totalizou R$ 3.429,0 milhões no 1T20 (-9,3% t/t e -13,5% a/a), enquanto os custos gerenciáveis somaram R$ 2.302,0 milhões (-7,3% t/t e +8,1% a/a). Porém, ao excluirmos os custos de depreciação e de construção, as despesas com PMSO foram apenas R$ 933,0 milhões apresentando queda em relação ao trimestre anterior (-14,0% t/t) e alta inferior à inflação na comparação com o 1T19 (+3,6% a/a), demonstrando ganho de eficiência nos custos.
Confira no anex a íntegra do relatório de análise do desempenho da NEOENERGIA no 1º trimestre/2020, elaborado por RAFAEL DIAS, CNPI, e RAFAEL REIS, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos