Diário do Mercado da 4ª feira 29.04.2020
Bolsas avançam apoiadas no Fed e por esperança de medicamento
Comentário.
O índice brasileiro denotou o terceiro pregão consecutivo de ganhos, em um dia mais ameno domesticamente, apoiado principalmente nos avanços dos mercados acionários de Nova York, colando sua trajetória no positivo índice S&P500 do meio da tarde em diante.
O melhor humor foi generalizado no mundo pelos investidores, induzindo a uma menor aversão ao risco. Internamente, subiram as apostas de um corte maior na taxa de juros pelo Banco Central e, vale lembrar que o calendário de balanços de empresas do 1T20 já teve início e se estenderá ao longo do próximo mês de maio.
Externamente, o Fed, além de manter a taxa de juros norte-americana entre 0,00% e 0,25% - como esperado, sinalizou a propensão de ampliar medidas de estímulo, caso seja necessário para auxiliar na retomada econômica frente aos efeitos adversos do coronavírus.
Também, uma notícia de evolução da perspectiva de um remédio para o tratamento da patologia foi bem recebida pelos agentes, pois aponta que está havendo um esforço global para encontrar uma solução para a doença, o mais breve possível.
De outra mão, o preço do petróleo mostrou recuperação no dia. Nos EUA, os dados do PIB, que caíram acima do consenso, “não fez preço”, e vale lembrar que também prossegue por lá a temporada de resultados de companhias.
O dólar comercial recuou pela terceira sessão seguida, fechando cotado R$5,3540 (-2,92%). Nos juros futuros, a maioria encerrou em baixa, com destaque de queda para a ponta longa.
Ibovespa.
O índice principiou m alta, mas a ascensão se acentuou tão somente após ás 14h, acompanhando as altas dos índices de Nova York.
O Ibovespa fechou aos 83.170 pts (+2,29%), acumulando +10,41% na semana, +13,90% no mês, -28,08% ano e -13,53% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 26,0 bilhões, sendo R$ 23,4 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 27 de abril, a Bovespa apurou saída de R$ 503,046 milhões, com a retirada líquida indo a -R$ 5,244 bilhões no mês (após retirada líquida mensal recorde de R$ 24,207 bilhões em março).
Em 2020, acumula saldo negativo de -R$ 69,582 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-M (inflação ao atacado) variou +0,80% em abril ante +1,24% em março. Os seus subíndices variaram: o IPA-M em +1,12% (+1,76% em março); o IPC-M em +0,13% (+0,12% em março); e o INCC-M em +0,18% (+0,38% em março). O indicador passou a acumular +2,50% no ano e +6,68% em 12 meses.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu em baixa e ameaçou se recuperar ainda pela manhã. Todavia, a menor aversão ao risco global e a possibilidade de mais estímulos pelo Fed, derrubam a cotação da divisa.
A moeda fechou a R$ 5,3540 (-2,92%), acumulando -5,52% na semana, +3,04% no mês, +33,45% no ano e +35,89% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) cedeu a 326 pts versus 356 pts na véspera.
Juros.
Os juros futuros curtíssimos recuaram, como aumento da expectativa de corte de 50 pts-base na taxa Selic na decisão do Copom em 6 de maio próximo. Houve levíssima correção para cima nos contratos subsequentes, mas os intermediários e os longos caíram – com destaque de baixa para a ponta longa. Assim fecharam as taxas em relação ao pregão anterior:
DI julho/2020 em 3,10% de 3,12%;
DI outubro/2020 em 2,92% de 2,93%;
DI janeiro/2021 em 2,84% de 2,83%;
DI janeiro/2022 em 3,68% de 3,74%;
DI janeiro/2023 em 4,79% de 4,85%;
DI janeiro/2025 em 6,44% de 6,62%;
DI janeiro/2027 em 7,36% de 7,60%.
Agenda. vide página 3 do anexo.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 29.04.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos