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Economia e Finanças

18 de Dezembro de 2012 as 04:12:13



ARTIGO - A Estratégia de Pessimismo do Mercado Financeiro, por Wilson R Correa


 

ARTIGO - Estratégia de Pessimismo do Mercado Financeiro
 
Após derrubada dos juros, Mercado Financeiro mantem sua estratégica visão pessimista sobre a economia brasileira
 
Desalojados do poder que exerciam no Banco Central e ressentidos com  a derrubada dos juros, os diretores e representantes de bancos privados mantem sua estratégia de "sem nós, o abismo".
 
Em todo o espaço de que dispõem na mídia e em todos os instrumentos de comunicação expressam sua visão pessimista sobre o futuro da economia brasileira, rechaçam a política governamental de incentivo ao consumo das famílias, avaliam que os ganhos de produtividade são pequenos e declinantes em razão dos ganhos salariais, preconizam a necessidade de redução dos salários, defendem que o nível de ocupação da mão de obra é muito elevado o que impede a redução dos salários e com isso, claro, os juros deverão ser elevados.
 
Nesse receituário, tem o apoio da tradicional revista econômica The Economist, que recentemente pediu a cabeça do ministro Mantega, em defesa dos interesses da banca internacional que, por décadas, nadou de braçadas no diferencial de juros externos e internos e que, no presente momento, percebe a redução de seus ganhos.
 
Os boatos de venda do Santander ao Bradesco, já desmentidos, e a redução do número de funcionários dos bancos internacionais, aos milhares, conforme anunciado nos últimos dias, são os sinais que disparam como evidências de sua insatisfação e desequilíbrio financeiro iminente, para preocupar o governo sobre sua  (deles) capacidade de manterem-se lucrativos, operantes e longe da banca rota ...
 
governo que, por sua vez, experimenta níveis declinantes da SELIC, para ver até onde os bancos aguentariam, luta para manter a política econômica atual, consciente de que, para conter o consumo interno, conforme pleiteado pelos bancos, os juros teriam de ser elevados, carreando renda ao setor financeiro e reduzindo renda da população e do setor produtivo da economia.
 
E contrário a isso, fator chave de sua política é elevar os investimentos produtivos contando com a forte presença do BNDES, Banco do Brasil, Caixa, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia. Pois, enquanto as famílias mantem elevado o consumo, o Estado incentiva o empresariado a investir para garantir, desde já e no futuro imediato, a oferta suficiente de bens de consumo e serviços, de modo a não termos problemas de excesso de importações.
 
Paralelamente, o governo federal ataca decisivamente fatores que oneram a atividade produtiva, para que o setor produtivo eleve a produtividade e não engrosse o coro dos homens do mercado financeiro e também reivindique a redução salarial.
 
Entre esses fatores, além dos juros que ainda estão declinando e a recente desoneração da folha de pagamentos da indústria, o Governo busca reduzir o custo da energia elétrica, o custo dos transportes marítimos, política que provoca a grita do empresariado desses dois setores e de grupos políticos que os defendem; mas que fazem, por outro lado, a satisfação dos demais setores da indústria.
 
Nesse aspecto é importante frisar o papel dos políticos oposicionistas que -- paralisados pela ação governamental de redução dos juros, contra a qual publicamente não poderiam se antagonizar -- voltam-se virulentamente contra as medidas de redução das tarifas de energia elétrica e portuárias, cujo grande poder político poderão já tornar reeleita, ao lado da redução dos juros, a presidente Dilma Roussef. 
 
Luta Essencial
 
Essa política governamental possui uma característica muito importante que já se esboçava tenuamente no governo Lula: o controle das expectativas passa escancaradamene da mão da iniciativa privada para o Estado Democrático.  Desse modo, a iniciativa privada deixa de acumular poder suficiente para chantagear o Estado e impor à Nação a política econômica e social em que preponderem os interesses do capital, impedindo o resgate da dívida social brasileira.
 
Boletim Focus do Banco Central
 
Assim, por todos os meios de comunicação e sempre que lhe são abertas as portas, os homens do mercado financeiro manifestam seu desagrado veiculando as visões mais pessimistas sobre o País e seu futuro.
 
Boletim Focus, preparado pelo Banco Central, é um dos veículos por meio dos quais eles se manfestam. De todas as mídias de que se valem, talvez seja a mais nobre, porque organizada por órgão do Governo. 
 
E, nesta semana, o esse Boletim revela que o mercado financeiro reduziu um pouquinho mais ainda a expectativa dele sobre o crescimento da economia brasileira para 2012: reduziu de 1,03% para 1%. 
 
Permaneceu também estável a visão pessimista do mercado financeiro sobre o desempenho da produção industrial brasileira: de 2,27% passou para 2,32%.
 
Aumentou o pessimismo também para as estimativas de crescimento em 2013 da economia brasileira como um todo. O mercado acredita que a economia terá expansão de 3,4% no ano que vem, menos do que os 3,5% previstos anteriormente.
 
A projeção de crescimento da produção industrial também foi revista para baixo, de 3,75% para 3,7%.
 
Inflação
 
A estimativa para inflação medida pelo IPCA Índice de Preços ao Consumidor Amplo em 2012 aumentou e ficou em 5,6% ante os 5,58% da apuração anterior. Os números estão no boletim Focus e são divulgados toda semana pelo Bacen.
 
Analistas e investidores elevaram pela primeira vez a expectativa para o IPCA em 2013. A estimativa é que a inflação fique em 5,42%. Antes, a previsão era 5,4%.
 
A expectativa para a taxa de câmbio foi mantida em R$ 2,08 no final do 2012 e, para taxa básica de juros (Selic), em 7,25% ao ano. Para 2013, as previsões do Boletim para esses indicadores são as mesmas. Confiamos que se equivoquem, pois poderemos ter um câmbio em torno de R$2,20 para o dólar norteamericano, ao final de 2013. 
 
No setor externo, a estimativa do mercado financeiro é de redução no saldo da balança comercial em 2012, de US$ 20 bilhões para US$ 19,5 bilhões. Para os investimentos estrangeiros diretos, ficariam em US$ 60 bilhões. O déficit em conta-corrente ficaria, assim, em US$ 54 bilhões.  
 
Moral da História
 
Mesmo em dias difíceis, o Brasil é melhor com os homens do mercado financeiro fora do Banco Central. Pois, sob a atual política governamental, o País torna-se player no mercado interno. Do contrário, tornar-se-ía internamente totalmente dependente dos movimentos internacionais de capital, oferecendo resposta depressiva imediata às circunstâncias negativas do mercado internacional, com graves efeitos sobre o nível de emprego e renda do País.


Fonte: da Redação, sobre os dados e matéria da Agência Brasil

 
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