Cenário parece estar se revertendo para JBS; reiteramos recomendação de Compra
Nos reunimos nesta 5ª feira, 11.06, com o CFO Global da JBS, Guilherme Cavalcanti, e com investidores institucionais, para uma conversa on line sobre as perspectivas para a companhia.
Apesar de muitas incertezas quanto à evolução da epidemia ao redor do mundo, entendemos que a JBS tem superado alguns desafios reportados no 1T20, principalmente nos EUA, e pode inclusive apresentar uma melhora sequencial já no segundo trimestre.
Assim, reiteramos nossa recomendação de Compra para JBS, com preço-alvo de R$ 33 por ação.
A indústria de bovinos nos EUA melhora nível de utilização de capacidade e impactos da pandemia nas plantas brasileiras é limitado. Após os números do 1T20 terem sido fortemente impactados pelos fechamentos das plantas e o absenteísmo, com impacto na produção e custos nos EUA, a operação na região está voltando ao normal, segundo o CFO.
A utilização de capacidade da indústria de carne bovina, que havia reduzido para 75% em abril, já avançou para 90% em maio, ajudando na diluição dos custos fixos. No Brasil, o impacto da pandemia deve ser menor, dado que as plantas são menores e mais pulverizadas.
Margens nos EUA devem ser favorecidas por menores custos com animais, demanda interna consistente e exportações para China. O CFO também destacou outros pontos que consideramos importantes para a recuperação de margem no próximo trimestre nos EUA:
(i) a disponibilidade de animais para abate tem favorecido margens na indústria de carne bovina;
(ii) os menores preços do porco devem ter impacto positivo na unidade de carne suína; e
(iii) o ambiente mais desafiador para PPC (unidade de frango), devido ao fechamento do Food Service, pode ser compensado pelo aumento das exportações para China, que derrubou barreira sanitária recentemente e voltou a importar frango dos EUA.
Foco na gestão eficiente dos passivos deve sustentar posição financeira confortável e impulsionar expansão inorgânica no médio e longo prazo. Segundo o CFO, a empresa continua monitorando o mercado para capturar as melhores oportunidades para refinanciamento e diminuição do custo da dívida.
Adicionalmente, apesar de indicar que alguns investimentos tenham sido postergados por conta de uma menor visibilidade no momento, o CFO deixou claro que a estratégia da empresa não mudou e, ainda, querem estar preparados financeiramente, com baixa alavancagem, para quando as oportunidades surgirem.
Confira no anexo a íntegra do estudo a respeito preparado por LUCIANA CARVALHO, analista senior do BB Investimentos