Diário do Mercado na 6ª feira, 17.07.2020
Bolsa sobe 2,32% e retoma o patamar pré-pandemia
Comentário.
Em meio à cautela externa por conta de tensões geopolíticas, aumento de casos de Covid-19 nos EUA e incertezas em relação à recuperação econômica, as principais bolsas do exterior encerraram o dia sem uma direção única. Os recentes avanços no desenvolvimento da vacina contra o coronavírus mantém o otimismo de parte dos agentes.
No Brasil, em mais uma sessão de valorização, o Ibovespa retomou o patamar pré-pandemia ao superar a casa dos 102 mil pontos, o que não ocorria desde o dia 5 de março. A alta do índice foi sustentada pela expectativa em torno da continuidade da agenda de reformas com a previsão de que a equipe econômica do Governo entregue ao Congresso sua própria proposta de reforma tributária já na próxima semana.
No mercado cambial, o dólar voltou a apresentar valorização frente ao real em mais uma sessão com intensa volatilidade. Os juros futuros fecharam em queda embalados pelas boas perspectivas em relação à continuidade das reformas.
Ibovespa.
O índice abriu o pregão em forte alta superando o patamar dos 102 mil pontos logo pela manhã. No início da tarde os negócios ganharam mais um impulso e a bolsa chegou a superar, inclusive, a casa dos 103 mil pontos, atingindo a máxima do dia próximo do fechamento da sessão.
No encerramento dos negócios, o Ibovespa contabilizou um ganho de 2,32%, com 102.888 pontos. Os rumores em torno da retomada da pauta de privatizações influenciaram positivamente os papéis da Eletrobrás, os quais apresentaram o melhor desempenho do dia. As ações ordinárias da Companhia (ELET3) subiram 14,35% enquanto as preferenciais PNB (ELET6) vieram logo atrás com alta de 11,84%.
Apenas 3 dos 75 papéis que compõem a carteira teórica do Ibovespa fecharam em queda. As ações CVC (CVCB3) registraram o pior desempenho do dia com desvalorização de 1,80%.
O giro financeiro preliminar da Bolsa foi de R$ 29,7 bilhões, sendo R$ 26,3 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 15 de julho (dado mais recente), os investidores estrangeiros retiraram R$ 237,815 milhões da B3, aumentando o saldo negativo do mês para R$ 5,750 bilhões. No acumulado de 2020, os investidores já retiraram R$ 82,254 bilhões.
Câmbio e CDS.
A moeda brasileira operou em linha com as demais moedas emergentes perdendo valor em relação ao dólar. Na semana, a moeda americana acumula uma valorização de 1,10% frente ao real. No mercado doméstico, o dólar comercial fechou a sessão cotado a R$ 5,3838 (+1,09%).
Risco-Pais
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) caiu de 239 para 233 pontos.
Juros.
Apesar da alta do dólar, os juros futuros com vencimentos de médio e longo prazos, caíram com a perspectiva de retomada da agenda de reformas e da pauta de privatizações. Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior:
DI outubro/2020 caiu de 2,06% para 2,05%;
DI janeiro/2021 caiu de 2,05% para 2,03%;
DI janeiro/2022 caiu de 3,02% para 2,95%;
DI janeiro/2023 caiu de 4,12% para 4,03%;
DI janeiro/2025 caiu de 5,60% para 5,49%;
DI janeiro/2027 caiu de 6,42% para 6,29%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 17.07.2020, elaborado por RICHARDI FERREIRA, CNPI, e HENRIQUE TOMAZ, CFA, integrante do BB Investimentos