Diário de Mercado na 3ª feira, 18.08.2020
Ibovespa avança com firmeza, se recuperando de boatos da véspera
Comentário.
O índice doméstico, que havia caído na véspera por rumores – vira e mexe o mercado aparece com essa querela, de saída do Ministro da Economia Paulo Guedes, logo desmentidos após o fechamento dos mercados, se recuperou e tornou a superar o “limite psicológico” dos 100 mil pts. A alta foi generalizada e tão somente quatro ações findaram em campo negativo.
Internamente, de toda a sorte, a questão fiscal ainda traz preocupações aos agentes, que seguirão monitorando o seu desenrolar no Congresso e a postura do governo sobre o tema.
Externamente, na Europa, os índices acionários encerraram em baixa, com realizações vinculadas ao temor de uma possível segunda onda do coronavírus.
Já nos EUA, prossegue o imbróglio entre republicanos e democratas, que ainda não chegaram a um consenso sobre maiores medidas de apoio para tentar uma recuperação econômica local mais rápida. Inclusive, parece subsistir a percepção nos investidores que o governo local fará de tudo para incrementar a economia, quanto mais com a proximidade da eleição presidencial, cujo pleito está agendado para 3 de novembro próximo.
Neste panorama, o S&P 500 (+0,23%) e o Dow Jones (-0,24%) encerraram novamente divergentes, mas não distantes da estabilidade. Já o índice de tecnologia Nasdaq (+0,73%) renovou mais uma vez seu recorde histórico de pontuação.
O dólar comercial cedeu, devolvendo o excesso da aversão ao risco do dia anterior, fechando a R$ 5,4660 (-0,53%). Os juros futuros mais do que devolveram as suas elevações do dia anterior, derrubando como um todo sua curva de estrutura a termo e sua inclinação.
Ibovespa.
O índice ascendeu rapidamente após sua abertura e prosseguiu com trajetória ao redor de +2,0% com curtas, independentemente da trajetória do S&P500, avançando um pouco mais na hora final do pregão. As ações do e-commerce e do setor de siderurgia foram os destaques gerais na sessão, mas Vale e Petrobras também subiram.
O Ibovespa fechou aos 102.065 pts (+2,48%), acumulando +0,70% na semana, -0,82% no mês, -11,74% no ano e +2,26% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 29,1 bilhões, sendo R$ 26,7 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 14 de agosto, a Bovespa contabilizou entrada líquida de R$ 100,937 milhões em capital estrangeiro, acumulando ingresso líquido de R$ 1,791 bilhão no mês (após saída líquida de R$ 8,408 bilhões em julho).
Em 2020, o saldo negativo agora está em -R$ 83,121 bilhões (acima da saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial esteve em baixa pela manhã, mas chegou a reverter para campo positivo na parte da tarde, cedendo de vez pouco antes das 15h. O comportamento denotou que, apesar da melhoria de outros mercados, existem temores dos agentes sobre a questão fiscal doméstica, que se reflete sobre a aversão ao risco e impacta o câmbio.
A divisa fechou cotada a R$ 5,4660 (-0,53%), acumulando +0,72% na semana, +4,77% no mês, +36,24% no ano e +36,55% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) diminuiu para 226 pts ante 231 pts do dia anterior.
Juros.
Os juros futuros caíram com firmeza ao longo de toda a sua curva de estrutura a termo, derrubando sua inclinação, mais do que devolvendo o avanço da véspera. Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior:
DI set/2020 estável em 1,90%;
DI outubro/2020 estável em de 1,90%;
DI Janeiro/2021 em 1,90% de 1,92%;
DI Janeiro/2022 em 2,69% de 2,83%;
DI janeiro/2023 em 3,88% de 4,06%;
DI janeiro/2025 em 5,68% de 5,95%;
DI janeiro/2027 em 6,70% de 6,99%.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado, na 3ª feira, 18.08.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRAL ALVES, CNPI-T, e RENATO ODO, CNPI-P, integrantes do BB Investimentos