Grandes Investimentos no Brasil contrariam cantiilena pessimista dos homens do mercado financeiro
por Wilson R Correa
Ao contrário do que alguns vêm afirmando, o "espírito animal" dos empresários continua impelindo-os a buscarem oportunidades de negócios que, ao que parece, não são poucas no Brasil deste 2013.
Melhor fonte não poderia haver: o jornal O Estado de São Paulo. Informativo cuja linha editorial abre grandes espaços aos homens do mercado financeiro e seus bancos, seus grandes anunciantes, em todas as edições apedreja e lança temores ao público, sobre a competência, lisura e bons princípios dos integrantes do governo federal.
Nas últimas semanas, após a vitória governamental na redução dos juros, tornou-se estratégia evidenciar descontrole inflacionário, declínio dos investimentos, queda de confiança dos empresários, crise energética e intervenção exagerada do governo na economia, notadamente no episódio de renegociação dos contratos com empresas do setor de energia em que o governo buscou com sucesso a redução da tarifa de energia elétrica.
Pois bem, o Jornal publica que a forte depressão da economia européia e o aperto fiscal nas contas públicas, fizeram as construtoras estrangeiras virem disputar novos negócios em nosso País. Essas empresas já totalizam R$10 bilhões contratados. As espanholas ISOLUX, CORSÁN, CCIONA e COPASA são aquelas empresas mais presentes.
Essas empresas já contam com lotes do Rodoanel Trecho Norte (São Paulo SP), a linha 4 do metrô de São Paulo, a linha de transmissão entre Macapá e Manaus, as BRs 116 e 324, e os quebra-mares do superporto do Açu.
A expectativa é que outros projetos surjam nas áreas de ferrovias, rodovias, portos e aeroportos e, entre eles, a obra do TAV Trem de Alta Velocidade, que será licitada em 2014, e exigirá empresas experientes no segmento.
Alem do empresariado brasileiro, que se mantem ativo, Investimentos estrageiros continuam a entrar no País para aproveitar essas e muitas outras oportunidades, chegam em grande monta e continuamente.
Cherchez la femme
Uma coisa é certa, os alvos tornam-se cada dia mais claros: (1) a queda dos juros, que já comentamos algumas vezes, e (2) a política salarial de valorização do trabalho.
Com relação à política salarial, ela é base para a instauração no País de uma sociedade de consumo de massa, a exemplo do que ocorre nos países desenvolvidos.
A estratégia dos contrários à política governamental tem sido evidenciar que a taxa de produtividade está muito baixa e por isso o empresariado não se dispõe a investir por conta dos elevados salários. Em resposta, o governo implementou a desoneração da folha de diversos segmentos da economia.
Mas, como que a ortodoxia econômica resolve isso ? Subindo os juros para reduzir o nível de atividade na economia e provocar certo grau de desemprego que viabilize a baixa dos salários, trazida pela disponibilidade de mão de obra para substituir trabalhadores dispensados. Assim, eleva-se a taxa de produtividade. Para exemplificar, nos EUA o processo de desemprego prosseguiu até o ponto da curva de produtividade marginal do trabalho em que esta começou a tornar-se positivo e interessante ao empresariado manter os funcionários restantes. Aí a expansão do desemprego cessou. Mas, em razão do horizonte de incerteza, não vieram as contratações de novos trabalhadores, mesmo porque a otimização da rentabilidade empresarial não necessariamente se dá sob pleno emprego, aliás, é raro que isso aconteça. Frequentemente a rentabilidade é maior com menos funcionários, a um certo nível de produção.
Voltando aqui ao Brasil, interessa ao governo federal o pleno emprego dos trabalhadores, pois trata-se de compromisso político. Assim, ele prefere e percorre uma trajetória diferente, graças a Deus, para elevar a taxa média de produtividade da economia:
a) incentivar a modernização tecnológica das empresas via crédito do BNDES, notadamente, mas também do BB, da CAIXA, do Banco da Amazônia e do Banco do Nordeste;
b) implantar por todo o País centenas de escolas técnicas para ensino e preparação de mão de obra.
A manipulação social por meio da disseminação da idéia de um ambiente de baixa confiança empresarial e instabilidade política faz também parte do jogo político sucessório e manifesta descompromisso com o desenvolvimento social e economico do País