GUEDES em Disputa com presidente do Banco Central para Manter-se no Poder
Roberto Campos Neto, presidente do BC, destacou, na última 4ª feira, 25.11, a necessidade de o governo conquistar a credibilidade com a continuação das reformas e algum plano que indique claramente aos investidores que o governo brasileiro está realmente preocupado com trajetória da dívida pública.
Pavio curto, Paulo Guedes, ministro da Economia, rebateu de imediato:
“O presidente Campos Neto sabe qual é o plano. Se ele tiver um plano melhor, peça a ele qual o plano dele. Pergunta qual o plano dele para recuperar a credibilidade. O plano nós já sabemos qual é, nós já temos”,
Neste quadro de litígio entre autoridades da Esplanada, Bruno Funchal, secretário do Tesouro Nacional, buscou apaziguar e afirmou, nesta 5ª feira, 26.11, que não há em absoluto divergência entre o Banco Central e o Ministério da Economia. E firmou sua convicção de que o objetivo do Banco Central é “totalmente alinhado” com o do ministério da Economia.
Funchal alicerçou sua afirmação ao revelar que o plano do ministério da Economia envolve a aprovação pelo Senado das PECs do Pacto Federativo e Emergencial nas próximas semanas; e, na Câmara dos Deputados, a pauta prioritária abarca o projeto de concessão de Autonomia ao Banco Central e o PLP 137, que viabiliza o pagamento de despesas com recursos vinculados a fundos; além de outros projetos. Na coletiva de imprensa, destinada a apagar o fogo nas estruturas do poder, afirmou que todos fazem parte de um mesmo governo.
Em agosto último, o Banco Central transferiu ao Tesouro Nacional R$ 325 bilhões que serão destinados a fazer frente aos pagamentos de serviço da dívida pública até o final de 2020 e manterá o Tesouro com caixa suficiente para gastos por quatro meses, até abril/2021.
Os recursos são provenientes dos ganhos obtidos pelo Banco Central com a desvalorização do Real em cerca de 35% em 2020. Resultados favoráveis do BC devem ser contabilizados ao Tesouro Nacional, assim como também os desfavoráveis.
Aspectos a comentar.
No passado recente, o Tesouro Nacional já solicitou pagamento antecipado de resutados financeiros de empresas estatais, estimados como bastante positivos. BNDES, Banco do Brasil foram useiros e vezeiros em antecipar-lhe parcela de seus lucros.
A retirada de recursos dessa dimensão, em primeiro lugar, da área de influência do BC, em segundo, para cobrir dívida pública de responsabilidade do Tesouro Nacional, em terceiro, antecipadamente, em quarto lugar, leva os agentes do mercado financeiro, os grandes bancos nacionais e internacionais que adquirem títulos do Tesouro e também do BC, a desconfiar do real estado das finanças governamentais no País e da capacidade de Guedes de administrá-las.
A esse respeito, é bom lembrar que o presidente do BC deve ter, por força do cargo, informações privilegiadas. E, sem dúvidas, tem, inclusive por sua rede de contatos na alta cúpula do sistema financeiro privado.
Mesmo sendo um banqueiro, Paulo Guedes jamais teve suficiente sensibilidade para cuidar da comunicação social, que é um desastre público e notório Não só pelo fracasso na condução da pasta da Economia, no que se refere a emprego, nível da atividade econômica, ausência de projeto, incapacidade de negociação com a Câmara dos Deputados e Senado, desconhecimento do funcionamento da máquina estatal, descrédito pessoal, ações judiciais ...
Isso já seria motivo suficiente para justificar a manifestação do presidente do BC. como guardião da moeda e das reservas internacionais brasileiras. Mas, por trás dessa tecnicidade, há a questão do empoderamento ao ministério da Economia ao requisitar a transferência desse montante de recursos ao Tesouro.
Contudo, a reação preocupada de Guedes parece fundar-se na constatação do trânsito, diálogo e a negociação conduzida por Campos Neto no Senado e na Câmara dos Deputados, para aprovação de projeto da chamada Independência do BC.
Ex-diretor do Bradesco, galgado à presidência do BC, no rodízio que fazem entre si os grandes bancos filiados à Febraban, Campos Neto ganhou muitos pontos com a recente aprovação no Senado do PL 19/2019 que estabelece mandato de quatro anos para a diretoria do BC, sem possibilidade de demissão pelo presidente da República.
O projeto ainda exige a apreciação e aprovação pela Câmara dos Deputados, onde neste momento está sendo estudada sua junção com o PL da Independência do BC elaborado pela própria Camara.
Não são pequenas as chances de Campos Neto ser premiado com o cargo de super ministro da Economia, caso essa missão tenha sucesso, sonho e meta perseguida pela Febraban desde os tempos do presidente Geisel. Notadamente pela possibilidade da reforma fiscal vir a determinar a tributação de lucros e dividendos pagos a acionistas. Campos Neto poderá ser mais confiável que Guedes aos interesses do oligopólio bancário
De qualquer modo, Bolsonaro declarou nesta 5ª feira que "o posto ipiranga é insubstituível", após o que Guedes negou atrito com Campos Neto, declarou que em suas palavras sobre presidente do BC, refería-se à imprensa, demonstrando sua incapacidade de relacionamento com a mídia.
Roberto Campos Neto, presidente do BC, destacou, na última 4ª feira, 25.11, a necessidade de o governo conquistar a credibilidade com a continuação das reformas e algum plano que indique claramente aos investidores que o governo brasileiro está realmente preocupado com trajetória da dívida pública.
Pavio curto, Paulo Guedes, ministro da Economia, rebateu de imediato:
“O presidente Campos Neto sabe qual é o plano. Se ele tiver um plano melhor, peça a ele qual o plano dele. Pergunta qual o plano dele para recuperar a credibilidade. O plano nós já sabemos qual é, nós já temos”,
Neste quadro de litígio entre autoridades da Esplanada, Bruno Funchal, secretário do Tesouro Nacional, buscou apaziguar e afirmou, nesta 5ª feira, 26.11, que não há em absoluto divergência entre o Banco Central e o Ministério da Economia. E firmou sua convicção de que o objetivo do Banco Central é “totalmente alinhado” com o do ministério da Economia.
Funchal alicerçou sua afirmação ao revelar que o plano do ministério da Economia envolve a aprovação pelo Senado das PECs do Pacto Federativo e Emergencial nas próximas semanas; e, na Câmara dos Deputados, a pauta prioritária abarca o projeto de concessão de Autonomia ao Banco Central e o PLP 137, que viabiliza o pagamento de despesas com recursos vinculados a fundos; além de outros projetos. Na coletiva de imprensa, destinada a apagar o fogo nas estruturas do poder, afirmou que todos fazem parte de um mesmo governo.
Em agosto último, o Banco Central transferiu ao Tesouro Nacional R$ 325 bilhões que serão destinados a fazer frente aos pagamentos de serviço da dívida pública até o final de 2020 e manterá o Tesouro com caixa suficiente para gastos por quatro meses, até abril/2021.
Os recursos são provenientes dos ganhos obtidos pelo Banco Central com a desvalorização do Real em cerca de 35% em 2020. Resultados favoráveis do BC devem ser contabilizados ao Tesouro Nacional, assim como também os desfavoráveis.
Aspectos a comentar.
No passado recente, o Tesouro Nacional já solicitou pagamento antecipado de resutados financeiros de empresas estatais, estimados como bastante positivos. BNDES, Banco do Brasil foram useiros e vezeiros em antecipar-lhe parcela de seus lucros.
A retirada de recursos dessa dimensão, em primeiro lugar, da área de influência do BC, em segundo, para cobrir dívida pública de responsabilidade do Tesouro Nacional, em terceiro, antecipadamente, em quarto lugar, leva os agentes do mercado financeiro, os grandes bancos nacionais e internacionais que adquirem títulos do Tesouro e também do BC, a desconfiar do real estado das finanças governamentais no País e da capacidade de Guedes de administrá-las.
A esse respeito, é bom lembrar que o presidente do BC deve ter, por força do cargo, informações privilegiadas. E, sem dúvidas, tem, inclusive por sua rede de contatos na alta cúpula do sistema financeiro privado.
Mesmo sendo um banqueiro, Paulo Guedes jamais teve suficiente sensibilidade para cuidar da comunicação social, que é um desastre público e notório Não só pelo fracasso na condução da pasta da Economia, no que se refere a emprego, nível da atividade econômica, ausência de projeto, incapacidade de negociação com a Câmara dos Deputados e Senado, desconhecimento do funcionamento da máquina estatal, descrédito pessoal, ações judiciais ...
Isso já seria motivo suficiente para justificar a manifestação do presidente do BC. como guardião da moeda e das reservas internacionais brasileiras. Mas, por trás dessa tecnicidade, há a questão do empoderamento ao ministério da Economia ao requisitar a transferência desse montante de recursos ao Tesouro.
Contudo, a reação preocupada de Guedes parece fundar-se na constatação do trânsito, diálogo e a negociação conduzida por Campos Neto no Senado e na Câmara dos Deputados, para aprovação de projeto da chamada Independência do BC.
Ex-diretor do Bradesco, galgado à presidência do BC, no rodízio que fazem entre si os grandes bancos filiados à Febraban, Campos Neto ganhou muitos pontos com a recente aprovação no Senado do PL 19/2019 que estabelece mandato de quatro anos para a diretoria do BC, sem possibilidade de demissão pelo presidente da República.
O projeto ainda exige a apreciação e aprovação pela Câmara dos Deputados, onde neste momento está sendo estudada sua junção com o PL da Independência do BC elaborado pela própria Camara.
Não são pequenas as chances de Campos Neto ser premiado com o cargo de super ministro da Economia, caso essa missão tenha sucesso, sonho e meta perseguida pela Febraban desde os tempos do presidente Geisel. Notadamente pela possibilidade da reforma fiscal vir a determinar a tributação de lucros e dividendos pagos a acionistas. Campos Neto poderá ser mais confiável que Guedes aos interesses do oligopólio bancário
De qualquer modo, Bolsonaro declarou nesta 5ª feira que "o posto ipiranga é insubstituível", após o que Guedes negou atrito com Campos Neto, declarou que em suas palavras sobre presidente do BC, refería-se à imprensa, demonstrando sua incapacidade de relacionamento com a mídia.