2ª feira, 26.09.2022
O presidente russo Vladimir Putin concedeu cidadania russa a Edward Snowden, antigo oficial de inteligência dos EUA que expôs ao mundo a escala das operações da Agência Nacional de Segurança americana, a NSA, nesta 2ª feira, 26.09.
O nome do americano surgiu sem qualquer tipo de comentário do Kremlin em uma lista de 72 indivíduos estrangeiros a quem Putin havia conferido cidadania. O próprio Snowden, que ganhou asilo da Rússia em 2013, não se pronunciou até o momento.
Snowden, 39, fugiu dos EUA em 2013, ano em que revelou as vastas operações de vigilância doméstica e internacional realizada pelo NSA. Até 2013, ele trabalhava no Hawai em uma empresa que prestava serviços à NSA. Abandonou o emprego e fugiu para Hong Kong.
De Hong Kong rumou para Moscou e, sem visto de entrada em território russo, alojou-se por cerca de um mês, no aeroporto da capital da Rússia, desde 23.06.2013. Por meio de seu advogado em 16.07.2013 Snowden pediu asilo temporário ao governo russo. Em 02.08.2013 o asilo foi concedido pelo período de 01 ano, sob intensas manifestações de reprovação pelo governo de Barac Obama.
Passado esse período, recebeu do governo Putin um visto temporario de permanência naquele país, que vem desde então sendo renovado.
XKeyscore, o sistema de vigilância secreto dos EUA
As autoridades americanas tentaram por anos extraditá-lo de volta aos EUA para enfrentar acusações criminais de espionagem na Justiça. Em 01.08.2013, o jornal The Guardian publicou documentos revelados por Snowden que mostravam que um sistema de vigilância secreto, conhecido como XKeyscore, permite aos EUA acessar “praticamente tudo o que um usuário típico faz na internet”. O programa, segundo o jornal, é o de maior alcance utilizado pela NSA Agência Nacional de Segurança.
A existência do XKeystore confirma, segundo o The Guardian, a anterior alegação de Snowden, negada por autoridades norte-americanas, de que antes de deixar a NSA podia
“escutar qualquer pessoa, você ou o seu contador, um juiz federal ou mesmo um presidente, desde que tenha um email pessoal”.
Sem negar a prática de vigilância, a Casa Branca refutou a alegação, insistindo que o acesso a esse tipo de ferramentas só é concedido aos que têm autorização para isso e que existem vários sistemas de controle para impedir abusos.