Loucura para querer apenas aumentar o risco nuclear.
Editorial do China Daily
Como é conhecido por todos, uma guerra nuclear significa aniquilação humana, pois um inverno nuclear faria com que a maioria dos humanos morresse em um evento de extinção em massa semelhante ao que exterminou os dinossauros.
Dado que cerca de 14.000 armas nucleares ainda estão armazenadas em todo o mundo, a comunidade internacional enfrenta a tarefa mais urgente de trabalhar em conjunto para tentar evitar qualquer coisa que possa desencadear seu uso.
Assim, não foi útil que o presidente dos EUA Joe Biden tenha recentemente evocado essa perspectiva de "fim do mundo" referindo-se a um "Armagedom" nuclear, ao falar sobre o conflito Rússia-Ucrânia no final de suas observações padrão de arrecadação de fundos em Nova York na quinta-feira. Dizendo que o líder russo Vladimir Putin "não estava brincando quando fala sobre o uso de armas nucleares táticas ou armas biológicas ou químicas", ele acrescentou que "não enfrentamos a perspectiva do Armagedom desde Kennedy e a Crise dos Mísseis Cubanos".
As observações de Biden foram em resposta ao compromisso de Putin de "usar todos os meios à nossa disposição" para "proteger a Rússia e nosso povo" no mês passado, quando anunciou planos de recrutar homens russos para servir na Ucrânia.
No entanto, os avisos de Biden ainda soam fora de lugar, especialmente dado que as avaliações de inteligência dos EUA até agora não produziram nenhuma evidência sugerindo que Putin tem planos iminentes para um ataque nuclear. A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, reiterou na 6ª feira, (07.10)NR que os EUA "não viram nenhuma razão para ajustar nossa própria postura nuclear estratégica".
Na escolha das palavras, Biden parece estar brandindo o uso de armas nucleares, ao vez de sua retórica reduzir essa possibilidade, que, assim, levantou sobrancelhas ao redor do mundo, com o presidente francês Emmanuel Macron dizendo: "Devemos falar com prudência ao comentar tais assuntos". O Papa Francisco também instou o mundo, no domingo, a com a história reconhecer a ameaça de guerra nuclear e escolher o caminho da paz.
Em março, quando encerrou um discurso em Varsóvia, Biden pareceu pedir a destituição de Putin, dizendo: "Pelo amor de Deus, este homem não pode permanecer no poder". Antes mesmo que Biden pudesse embarcar no Air Force One para começar o voo de volta para Washington, assessores estavam lutando para esclarecer que ele não estava pedindo uma mudança imediata no governo em Moscou.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, alertou que a humanidade é "apenas um mal-entendido, um erro de cálculo da aniquilação nuclear".
Os líderes mundiais devem exercer a máxima cautela, especialmente neste momento de tensões elevadas, e se proteger contra fazer observações que elevem as chances para a obliteração nuclear da humanidade.
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