A lei norte americana de liberdade de informações viabilizou ao NYT o acesso aos documento sigilosos do governo dos EUA
O jornal New York Times teve acesso a documentos sigilosos do governo norte americano que comprovam que foram encontradas armas químicas no Iraque, pelas forças norte americanas de ocupação, em 2003.
Essas armas foram deixadas no território iraquiano e há o risco de cairem em mãos do grupo extremista Estado Islâmico.
Descobertas e em seguida ocultadas pelas forças invasoras norteamericanas, eram parte do programa de apoio do Ocidente a Sadam Houssein, em sua guerra contra o Irã nos anos 80.
Estariam abrigadas provavelmente no próprio palácio de Sadam Houssein e sequer foram desativadas pelas forças de ocupação, que não aplicaram os procedimentos recomendados pela OPAQ Organização para a Proibição de Armas Químicas (Organisation for the Prohibition of Chemical Weapons, OPC), tal como ocorrido recentemente na Síria, em que foram destruídas as armas do arsenal do ditador Bashar Al-Assad.
Nos anos 80, essas químicas foram projetadas pelos EUA. fabricadas na Europa e preparadas com substâncias químicas em linhas de produção instaladas pelo Ocidente no território do Iraque, por empresas ocidentais, inclusive dos EUA.
Faziam parte de um programa conjunto de nações ocidentais de apoio ao Iraque na contenção do regime xiita do Irã, na guerra Irã-Iraque. O conflito aconteceu entre os anos de 1980 a 1988 e seu motivo alegado por Saddam foram as milenares disputas territoriais entre os dois países.
Naquela ocasião, o presidente ditador do Iraque por 30 anos, Sadan Hussein invadiu o Irã, com o apoio da Arábia Saudita e dos EUA. E o Irã contou com o apoio da Síria e da Líbia que, por sua vez tinham respaldo russo. Naquela ocasião, o domínio político no Iraque era exercido pela população de etnia sunita, assim como ainda hoje na Arábia Saudita.
O Ocidente, a Arábia Saudita e Sadam Houssein temiam a contaminação xiita do Iraque e do Oriente Médio pela revolução iraniana. O conflito matou 1 milhão de pessoas, teve 1,5 milhão de feridos de ambos os lados, além de ter custado cerca de US 150 bilhões.
A veemência norteamericana, de Bush e do general Colin Powell, este último no Conselho de Segurança da ONU, ao buscar apoio internacional à invasão do Iraque, em março de 2013, tinha origem nessa intensa participação americana no armamento do Irã, hoje então se sabe.