Diário do Mercado na 4ª feira, 07.03.2018
Ibovespa oscilou à mercê do comportamento dos índices dos EUA
Resumo.
O Ibovespa foi decaindo junto com as bolsas de Nova York e prosseguiu reagindo a medida que os índices norte-americanos foram se recuperando.
A tônica da maior parte do dia foi dada pela percepção dos agentes da possível deflagração de uma guerra comercial, a partir da taxação da importação do aço pelos EUA, ainda mais com a notícia da saída do assessor econômico do presidente Donald Trump, Gary Cohn – que defende uma visão de livre comércio.
O livro bege do Fed, com as condições atuais da economia, não trouxe maiores novidades, exceto elevação de preços em todos os distritos pesquisados.
Em verdade, o índice doméstico nos sete pregões subsequentes ao do último dia 26 de fevereiro, no qual atingiu sua máxima pontuação histórica (88.371 pts), perfez quatro sessões negativas, que se sobrepuseram a três positivas.
Vale ressaltar que houve saída de capital externo em seis pregões consecutivos, até o último dia 5.
Ibovespa.
O índice já principiou cadente e cedeu mais após as aberturas negativas das bolsas de Nova York, vindo abaixo dos 84.500 pts por volta das 14h. Pouco depois, houve alguma reação, que somente se intensificou na hora final dos negócios, recuperando os 85 mil pts, mas, fechando ainda em campo negativo. O setor de bancos, a ação da Vale e os papéis da Petrobras pesaram hoje.
O Ibovespa terminou aos 85.483 (-0,20%), acumulando -0,32% na semana, +0,15% no mês, +11,89% no ano e +30,03% em 12 meses.
Capitais Externos na Bolsa
No último dado disponível, na 2ª feira, 05.03.2018, a retirada líquida de capital estrangeiro da bolsa foi de R$ 130,012 milhões, acumulando saldo negativo de R$ 1,313 bilhão em março. Em 2018, a Bovespa soma ingresso líquido de R$ 4,003 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-DI (FGV) variou +0,15% em fevereiro, ante +0,58% em janeiro – próximo ao consenso de +0,11%. O indicador acumulou +0,73% no ano e deflação de -0,19% nos últimos 12 meses. No desdobramento do índice, as oscilações foram as seguintes: IPA-DI (60%) em +0,15% (+0,58% em janeiro); IPC-DI (30%) em 0,17% (+0,69% em janeiro); e INCC-DI (10%) em +0,13% (+0,31% em janeiro). As recentes taxas de inflação pelos IGPs continuam a sinalizar alívio futuro sobre os preços no varejo.
Nos EUA, a geração de empregos privados (instituto ADP) foi de 235 mil em fevereiro, versus 244 mil (revisto de 234 mil) em janeiro. A produtividade 1T18 de produtos não agrícolas ficou estável, ante -0,1% no 4T17; e o custo de mão de obra subiu a +2,5%, ante +2,0% no 4T17.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) iniciou em alta e assim operou ao longo de toda a sessão. Novamente, o panorama externo, desta vez menos propenso ao risco, dominou os negócios.
A divisa terminou cotada a R$ 3,2430 (+1,00%), acumulando -0,25% na semana, +0,06% no mês, -2,17% no ano e +4,01% em 12 meses.
Risco País.
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 152 pts, ante 150 pts ontem.
Juros.
As taxas mais curtas dos contratos DIs recuaram, ainda apoiadas em apostas de corte adicional da taxa Selic. Já do médio prazo em diante, foram gradualmente subindo, repercutindo o cenário mais arredio no exterior, levantando os ponta mais longa.
Para a semana
No Brasil: IGP-M / FGV 1ª prévia e IPCA / IBGE;
Nos EUA: Payroll - criação vagas economia e Média de ganhos por hora;
Alemanha, França e Reino Unido: Produção industrial;
Zona do Euro: Taxa de juros (BCE);
Japão: Taxa de juros (BoJ);
China: Balança comercial, Exportações, Importações, IPP e IPC.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 07.03.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e WESLEY BERNABÉ, CNPI. ambos integrantes da equipe do BB Investimentos