Diário do Mercado na 3ª Feira, 23.07.2019
Ibovespa se descola do exterior e registra pequena realização
Comentário.
O índice brasileiro não teve pujança para seguir as altas dos mercados acionários estrangeiros. Em verdade, o Ibovespa parece que, atualmente, atingiu um limite próximo aos 28 mil pts em dólar – patamar que testou no dia 10 de julho e que não foi mais suplantado, necessitando tanto de notícias novas internas como externas, para tentar avançar acima desta pontuação.
Os índices em Nova York tornaram a subir, impulsionados pelo andamento das negociações entre Estados Unidos e China em relação à guerra comercial entre estes países, com a ida de um representante norte-americano na próxima segunda-feira (dia 29) ao país oriental. Assim, o avanço em Wall Street influenciou nos ganhos das principais bolsas europeias.
Domesticamente, informações que poderia ser delimitada a proposta de saque do fundo de garantia em R$ 500,00 neste ano trouxe cautela aos agentes, pois poderia não ter o impacto anterior estimado pelos analistas.
No Brasil, o dólar comercial subiu a R$ 3,7780 (+0,91%). A curva da estrutura a termo caiu como um todo, com os agentes reforçando apostas em queda da Taxa Selic na reunião do Copom na próxima semana (dia 31).
Ibovespa.
O índice chegou a abrir ascendente, mas, meia hora depois perdeu força e passou operar em campo negativo – que foi a tônica na maior parte do dia. Do meio da tarde em diante, ainda ensaiou uma recuperação, porém, sucumbiu na hora final. Mais uma vez, a Vale pesou no pregão do dia.
O Ibovespa encerrou em 103.704 pts (-0,24%), acumulando variações +0,24% na semana, de +2,71% em julho, +18,00% no ano e de +32,96% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 14,302 bilhões, sendo R$ 13,913 bilhões no mercado à vista.
No dia 18 de julho (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 557,719 milhões da Bolsa, somando retirada líquida de R$ 2,446 bilhões em julho. Em 2019, o saldo acumulado situa-se em R$ 6,347 bilhões.
Câmbio e CDS.
O Real, entre 34 moedas, foi a divisa que mais perdeu valor no dia em relação ao dólar norte-americano – que avançou de modo generalizado no mercado internacional.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,7720 (+ 0,91%), acumulando variações +0,72% na semana, de -1,77% em julho, -2,66% no ano e -0,26% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil manteve-se em 128 pts em relação à véspera.
Juros.
A curva da estrutura a termo da taxa de juros recuou como um todo. O resultado veio alinhado com as apostas de corte de 0,5 ponto da taxa Selic.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2021 em 5,42%, de 5,49%; DI janeiro/2023 em 6,31%, de 6,36%; DI janeiro/2025 em 6,87% de 6,94%; DI janeiro/2027 em 7,20% de 7,28%.
Agenda Econômica.
O IPCA-15 registrou variação de +0,09% em julho ante +0,06% em junho, vindo abaixo da mediana de +0,13% prevista pelo mercado. Os grupos Habitação, Despesas pessoais e Saúde foram os principais contribuidores para a elevação, com o grupo Transportes influenciando para redução do indicador no mês. O índice passou a acumular aumentos de +2,42% no ano e de + 3,27% em 12 meses.
A arrecadação federal de impostos foi de R$ 119,946 bilhões em junho, com alta real de +4,68% frente ao mesmo mês do ano anterior. Na série atualizada pela inflação, o desempenho é o melhor para o mês desde 2014 (R$ 120,384 bi).
Para a semana.
Brasil: Caged, Confiança do consumidor FGV, dados do setor externo e dados do setor de crédito;
EUA: Estoques no atacado, Pedidos de bens duráveis, Vendas de casas novas, PMI e prévia do PIB do 2T19;
Zona do Euro: PMIs da Alemanha e da França e decisão de política monetária do BCE.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 23.07.2010, elaborado por HAMILTON MOREIRAL ALVES, CNPI-T, hmoreira@bb.com.br