Diário do Mercado na 3ª feira, 05.02.2019
Bolsa passa por leve realização, fechando ainda acima dos 98 mil pts
Comentário.
Embora o dia fosse de ganhos nos principais mercados acionários pelo mundo, o Ibovespa andou na contramão e operou em queda durante toda a sessão. O recuo foi puxado pelo ruído gerado após a publicação, na véspera, de uma minuta não oficial sobre a reforma da Previdência, o que produziu algum desencontro de informações e cautela por parte dos investidores.
Não obstante, as falas de hoje do Ministro da Economia e do Presidente da Câmara sobre o assunto, demonstrando certo grau de alinhamento em direção à viabilidade da proposta, desaceleraram as perdas do Ibovespa (-0,28%), além de reverter a alta do dólar e atenuar prêmios na curva de juros.
Ibovespa.
A bolsa brasileira operou em terreno negativo por todo o pregão. A queda, entretanto, foi aliviada nas horas finais de sessão, ante novas notícias sobre a reforma, bem como pelo bom desempenho das bolsas nos Estados Unidos e na Europa. Banco do Brasil, B3 e Ambev lideraram as altas, ao passo que Itáu e Cielo tiveram forte recuo. Dos 65 papéis do índice, 31 recuaram.
O Ibovespa fechou aos 98.311 pts (-0,28%), acumulando alta de 0,94% no mês, 11,86% no ano, e de 20,10% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 16,2 bilhões, sendo R$ 15,8 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 01 de fevereiro (último dado disponível), houve ingresso líquido de capital estrangeiro em R$ 589 milhões, elevando o saldo positivo do ano para R$ 2,1 bilhão.
Agenda Econômica.
No Brasil, o PMI do setor de serviços apresentou ligeira alta, passando de 51,9 pts em dezembro para 52,0 pts em janeiro, segundo os dados da IHS Markit. Já o PMI composto, que leva em consideração o setor industrial, registrou uma pequena queda, de 52,4 pts em dezembro para 52,3 pts em janeiro.
Já conforme dados da Fenabrave, no mês de janeiro, a venda de veículos novos manteve o ritmo de crescimento, licenciando ao todo 199,7 mil veículos, o que representa um aumento de 10,24% se comparado com janeiro de 2018.
Nos EUA, o PMI composto encerrou janeiro estável em 54,4 pts.
Câmbio e CDS.
A divisa norte americana encerrou operou na maior parte da sessão em alta, mas passou a cair após sinalizações de representantes dos poderes executivo e legislativo acerca da reforma da previdência.
O comportamento do dólar no exterior foi misto, com majoritária valorização frente às principais moedas. O dólar comercial (interbancário) encerrou em R$ 3,6640 (-0,14%), acumulando uma alta de 0,16% no mês, uma desvalorização de -5,45% no ano, e uma alta de 12,77% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos recuou a 163 pontos, ante 165 pontos da última sessão.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular próximos da estabilidade nos vencimentos mais curtos e com viés de alta nos contratos de médio e longo prazos. O DI para janeiro de 2020 encerrou estável em 6,37%.
O DI para janeiro de 2021 passou de 6,98% para 7,00%. O DI para janeiro de 2023 subiu de 8,06% para 8,09% hoje. O DI para janeiro de 2025 finalizou em 8,61% frente 8,56%.
Para a semana.
Brasil: Vendas, Produção e Exportação de veículos Anfavea; Taxa Selic; IGP-DI; IPCA.
EUA: Dados do seguro-desemprego; entre outros indicadores represados pelo shutdown, em caso de resolução.
Alemanha: Produção industrial.
França: Produção industrial.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 3ª feira, 05.02.2019, elaborado por Ricardo Vieites, CNPI, integrante do BB Investimentos