Investidores assumem posições mais arriscadas esperançosos com a proposta de estímulo fiscal nos EUA. No entanto, próximo ao fechamento fazem hedge em treasuries por conta do final de semana prolongado nos EUA.
► No exterior, os mercados ficaram mais animados após a sinalização de Trump para que o secretário do tesouro, Mnuchin, negocie com a presidente da Câmara, Pelosi, um pacote de estímulos fiscais no valor de US$ 1,8 trilhão, superior aos US$ 1,6 trilhão proposto anteriormente. Os dados dos estoque no atacado, menor que o previsto, divulgados no início do pregão, também contribuiu para o clima positivo.
► No campo negativo os mercados continuam acompanhando com cautela o recrudescimento das infecções por coronavirus nos EUA e Europa.
► O petróleo fechou em queda influenciado por notícias de que trabalhadores da Norwegian conseguiram fechar um acordo com a petrolífera norueguesa, e de que o número poços de petróleo em atividade nos Estados Unidos aumentaram em 4 na semana.
► Câmbio: Diante da possibilidade de acordo sobre o pacote fiscal nos EUA, o índice DXY fechou em queda e o dólar se desvalorizou ante as moedas emergentes.
► Bolsas: Em NY os índices fecharam em alta, impulsionados com a esperança por um acordo de pacote fiscal nos EUA. Destaques de alta: Microsoft, Tesla e Apple. Destaques de queda: IBM, JPMorgan, Intel e Chevron -> A queda destas ações impediu um melhor desempenho do índice Dow Jones. Já os índices europeus, fecharam mistos, apesar da renovação das expectativas diante de um pacote e estímulos nos EUA, pesaram o avanço dos casos de coronavírus, que impulsionou a adoção de medidas restritivas em algumas regiões e alguns dados regionais insatisfatórios. Destaque para a bolsa de Lisboa que apresentou o pior desempenho dentre as bolsas da região puxadas pela notícia de que um banco local está passando por problemas financeiros.
► Juros: As yields dos treasuries fecharam mistos, em alta os prazos curtos (até 5Y) e em queda nos demais, com os investidores assumindo certas posições de segurança diante das incertezas que pairam sobre o cenário global, dado que os mercados estarão fechados nos EUA na próxima segunda-feira por conta do feriado de Columbus Day.
Mercado Interno
Mercados respiram com alívio nas tensões políticas
► No Brasil, os mercados respiraram com o alívio nas tensões políticas, após declaração conjunta de Guedes e Maia em favor do andamento das reformas e na esteira do apetite por ativos de risco visto no ambiente externo. A exceção foi o mercado acionário, que não acompanhou o bom humor externo, em dia de realizações à véspera do fim de semana prolongado com feriado local.
► Bolsonaro voltou a dizer hoje que o auxílio emergencial não será para sempre e Maia repetiu que a PEC emergencial é prioridade, falas que se agregam ao discurso de Maia e Guedes ontem e que acrescentam um pouco de alento às preocupações recentes dos investidores.
► Por fim, o IPCA subiu 0,64% em setembro (ante 0,24% em agosto) e no acumulado registrou 3,13%, ainda abaixo da meta para 2020. Já o IGP-M recuou para 1,97% na 1ª prévia de outubro (contra 4,41% no mesmo período de setembro), mas o índice se mantém alto no acumulado em 12 meses, em 19,45%.
► Dólar: segue para fechar em queda frente ao real, em linha com o movimento das demais moedas emergentes e maior apetite ao risco no exterior, no momento cotado próximo aos R$ 5,52.
► Juros: fecharam em queda, com alívio nas tensões políticas e em sintonia com o câmbio.
► Ibovespa: fechou em queda, mas manteve o patamar dos 97 mil pontos. A bolsa brasileira não aproveitou a influência externa, descolando-se dos pares globais, em dia de realização à véspera do feriado local, após os ganhos na semana. Destaque positivo para setores de construção e varejo, enquanto Petrobras e parte do setor financeiro puxaram o índice para baixo.