Renda Fixa - Análise Semanal do Mercado em 02.01.2018
2018 se inicia com elevado diferencial entre o CDS de 5 e o de 10 anos, sustentando prêmio recorde da curva DI
Em linha com a divulgação de indicadores econômicos favoráveis, de atividade, inflação e confiança, a incipiente reversão do quadro recessivo projeta um cenário mais otimista ao longo de 2018.
Esta expectativa pode ser observada, de modo particularmente expressivo, no comportamento dos contratos DI mais curtos, que embutem os patamares históricos mais baixos do juro básico da economia, que pode tocar os 6,75% já no primeiro trimestre deste ano.
Paralelamente, também o juro real expresso pela NTN-B percorre níveis inferiores a 4% no horizonte dos próximos dois anos, em conformidade com um contexto marcadamente dovish de recuperação econômica.
Por outro lado, importa salientar – neste mesmo exercício de análise – que as variáveis de incerteza e risco ganham mais espaço após este horizonte de dois anos, levando a curva DI a retomar uma elevação mais expressiva e o juro real a buscar o nível dos 4%.
Ademais, conforme avança a linha do tempo, a percepção de risco acumula novos reforços, que se refletem tanto em um nível recorde da inclinação positiva da curva DI, como também na ampliação do diferencial entre os contratos de 5 e de 10 anos do CDS Brasil, que atingiu o ápice do histórico recente do derivativo ao longo de 2017 e inicia 2018 neste patamar.
Dessa forma, após assimilar os benefícios do atual ciclo econômico positivo, pós-recessão, os agentes passam a atribuir maiores pesos para o risco fiscal, em pelo menos duas etapas mais relevantes – após dois anos, conforme sinalização das curvas DI e NTN-B, e após cinco anos, de acordo com o spread do CDS Brasil (10Y-5Y).
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do mercado de Renda Fixa, elaborado por RENATO ODO, CNPI-P, analista senior do BB Investiamentos.