Diario do Mercado na 5ª feira, 11.04.2019
Mercado acionário torna a cair com a “armadilha da previdência”
Comentário.
O cerne da questão para os investidores é a reforma da previdência. Isto tornou-se tão crucial que nenhuma outra notícia benéfica parece conseguir aplacar seja qual for o temor em relação ao tema, com os agentes extremamente sensíveis a qualquer obstáculo pontual.
No dia, positivamente, o governo enviou para a Câmara dos Deputados o projeto de autonomia do Banco Central. Também, favoravelmente, em avaliação veiculada na imprensa, cumpriu integralmente 18 e parcialmente 17 propostas planejadas e divulgadas em janeiro deste ano – ou seja, implementou todas as 35 metas comprometidas para os primeiros 100 dias do governo do Presidente Jair Bolsonaro – fato nunca ocorrido anteriormente.
Todavia, a possibilidade de transitório atraso na admissibilidade da reforma da previdência na CCJ (Câmara de Constituição e Justiça), por conta de disputas políticas, trouxe receio aos agentes e terminou por compelir pressão vendedora sobre o Ibovespa, que terminou negativo pelo terceiro pregão consecutivo.
Externamente, sem nenhuma informação mais relevante no dia, os índices das bolsas de Nova York operaram não distantes da estabilidade.
No Brasil, o dólar comercial subiu e terminou cotado a R$ R$ 3,8230 (-0,78%). Os juros futuros foram na mesma direção e avançaram em toda a extensão de sua estrutura a termo, com realce para a parte intermediária da curva.
Ibovespa.
O índice abriu e perfez logo em seguida trajetória descendente até pouco antes da primeira hora da tarde. A partir daí, passou a oscilar ao redor dos 94.500 pts, melhorando um pouco na meia hora final.
O Ibovespa fechou aos 94.754 pts (-1,25%), passando a acumular -2,42% na semana, -0,69% no mês, +7,81% no ano e +11,15% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 11,336 bilhões, sendo R$ 10,878 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 7 de abril (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro de R$ 533,447 milhões, com montante de R$ 454,12 milhões no mês. Em 2019, passou a acumular saldo positivo de R$ 1,706 bilhões.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana encerrou em alta ante ao real na quinta-feira, influenciado diretamente pela valorização do dólar no exterior e, tanto quanto, pelo cenário doméstico de cautela, com os investidores atentos ao andar da proposta da reforma da Previdência.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,8560 (+0,86%), acumulando agora -1,53% no mês, -0,42% no ano e +13,88% em 12 meses. A taxa Ptax fechou valendo R$ 3,8399 (+0,14%).
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil subiu a 173 pts, ante 169 pts na véspera.
Juros.
Os juros encerraram a sessão regular em alta, num movimento estimulado pela valorização do dólar no mercado global e por incertezas em relação a um possível atraso na admissão da reforma da Previdência na CCJ.
Em relação à véspera, as taxas assim finalizaram: o DI janeiro/2020 em 6,48% de 6,47%; o DI janeiro/2021 em 7,13% de 7,06%; o DI janeiro/2023 em 8,24% de 8,16%; o DI janeiro/2025 em 8,73% de 8,67%; e o DI janeiro/2027 em 9,05% de 8,99%.
Agenda Econômica.
Nos EUA, o total de pedidos semanais de seguro-desemprego cederam a 196 mil novos pedidos atingindo o menor nível desde 1969, com o recuo de 8 mil solicitações em relação à semana anterior, informou o Departamento do Trabalho local.
Para a sexta-feira
Brasil: Confiança do consumidor; Volume setor de serviços e Atividade Econômica.
Zona do Euro: Produção industrial.
China: IPC; IPP e Balança comercial.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 11.04.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos, que respondem integralmente por análises, diagnósticos aqui e ali apresentados.