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Editorial

07 de Junho de 2022 as 02:06:59



EDITORIAL - Maledicência e Fakenews, Sinais da Estratégia da Direita em Ano Eleitoral


 
EDITORIAL
Maledicência e Fakenews, a Estratégia da Direita em Ano Eleitoral
 
por Wilson R Correa 
 
Mesmo após investigações oficiais terem demonstrado que não houve desvios de recursos publicos, muitos cabeças-ocas ainda fazem acusações em referência aos projetos dos novos submarinos diesel-elétricos Scorpène, contratados à DNS francesa, e dos caças brasileiros Gripen NG, contratados à sueca SAAB, negociados nos governos petistas de Lula e Dilma Rousseff.
 
O tema volta à baila neste ano eleitoral, abordado em lives de temática militar no YouTube. São vozes que ecoam os interesses de oportunistas da direita mais xucra e abjeta desse País, que galgou o poder, a chefia de ministérios e estatais, a partir do golpe de estado de 2016.
 
São vozes também de funcionários públicos de 'carreiras de estado', que se aproximaram dos golpistas para obterem projeção no Planalto, na Esplanada dos Ministérios e em agências governamentais, ávidos por nacos de poder e migalhas das mesas dos poderosos, demonstrando-se disponíveis ao exercício das missões mais vis contra os interesses nacionais e da cidadania, seja na virulenta dilapidação do patrimônio público, em privatizações injustificáveis e desnecessárias de empresas estatais rentáveis, mas subavaliadas; seja, por exemplo, na área do mercado financeiro, na remuneração, aos bancos, das sobras diárias de caixa, realizada sem qualquer amparo legal pelo BC, até recentemente, importando perdas de muitos bilhões de Reais ao País.
 
Também jornalistas papagaios vendem sua pena aos interesses mais canalhas da elite brasileira, aquelas 800 personagens que mandam no País, sobre as quais instruiu o sociólogo Jessé Souza em seu livro(1), gente abjeta e nefasta que vale ainda menos que os próprios excrementos.  
 
São acusações fúteis lançadas ao vento, irresponsavelmente e sem quaisquer provas, sobre roubos e desvios de verba nos governos Lula e Dilma. Mais que difamação e perseguição política, são evidências da ação malandra dos que, quando estiveram no poder, nada fizeram para tornar rico o País ou feliz o seu Povo e, muito menos, torná-lo uma potência militar menos dependente da centenária habilidade diplomática do Itamarati, na solução de conflitos internacionais que envolvam interesses do Estado e da Nação Brasileira e de seu empresariado.
 
Nos governos Lula e Dilma, o Brasil sofreu grande transformação. Como resultado da ação do Estado Brasileiro, passou a incorporar tecnologias no estado-da-arte sequer antes imaginadas pelo setor privado nacional, destinadas a produção (1) de modernos submarinos franceses, no Complexo Naval de Itaguaí da Marinha, no Rio de Janeiro; (2) de caças suecos Gripen, em Gavião Peixoto SP, pela Embraer; e (3) de helicópteros da vanguarda tecnológica, militares e civis, fabricados pela brasileira Helibras, em Minas Gerais, em convênio com a Airbus europeia.
 
Desmascarando a papagaiada neoliberal de que as forças do mercado tudo resolvem, também por iniciativa do Estado houve igualmente grande avanço da indústria náutica e naval, inclusive de produção de grandes plataformas de petróleo, notadamente do tipo FSPO, fantásticas, com grande capacidade de processamento de óleo e gás.
 
Foram governos que extinguiram a fome do País e promoveram o desenvolvimento. E, por isso, construiram ampla credibilidade internacional, muito diferentes do que hoje o País dispõe, pois jamais a França concordaria ceder neste momento tecnologias sensíveis ao atual ocupante do Planalto. Ademais, diferentemente dos dias atuais, em que nada de novo aconteceu nas aquisições militares, foram realizadas nos governo Lula e Dilma aquisições bem sucedidas de meios bélico à defesa. São exemplos:
 
(1) a aquisição pelo governo Dilma Rousseff, para a FAB, de 12 fantásticos helicopteros  de ataque russos, novos, modelo MI-35, conhecidos pela FAB como AH2 Sabre, ao custo total equivalente a US$ 300 milhões, US$ 25 milhões cada. Uma pechincha se comparados aos helicópteros de ataque turcos TAI Augusta Westland T138 Atach, orçados em US$ 40 milhões cada. Ou comparados aos helicopteros norte-americanos AH-A1Z Viper, orçados em US$ 75 milhões cada. Ou comparados, ainda, aos helicopteros também norte-americanos modelo AH-64 Apache, orçados em US$ 250 milhões cada.
 
Mas, a verdade é que o ideologismo barato do Planalto, da atualidade, e sua subalternalidade a Washington, em sua estratégia de demonização da Rússia, chancelada pelo comando militar, determinaram a retirada da ativa, neste 2022, sem quaisquer explicações, dos helicopteros russos AH2 Sabre. Incorporados à FAB em abril/2010, durante o governo Dilma, esses helicopteros de ataque preencheram lacuna operacional da Força e vinham cumprindo muito bem sua missão na defesa da Amazônia, conforme depoimentos á imprensa especializada dos varios comandantes do Batalhão Poti (2º/8º GAV), responsável pela operacionalização e manutenção da frota, em Porto Velho, RO. 
 
Esse movimento incompreensível da alta administração da FAB  -- de dispensa da única arma que poderia dissuadir e contrapor-se competentemente a uma invasão da Amazônia brasileira por forças autorizadas pela ONU, sob a retórica de deter a destruição da floresta, promovida por madeireiros e mineradores e chancelada pelo governo Bolsonaro --,  dá-se simultaneamente à sondagem para compra, pelo Exército Brasileiro, dos helicopteros turcos, mencionados acima, (TAI Augusta Westland T138 Atach), 60% mais caros que os AH2 Sabre MI-35.
 
(2) a aquisição de 220 tanques medios MBT alemães modelo Leopard A1-5, totalmente modernizados, a partir de 2008, pela empresa alemã KMW, entregues ao Exército Brasileiro até 2012;
 
(3) a contratação da aquisição de 1.580 veículos militares de combate (VBTP-MR) Guarani 6x6, em dezembro/2009, produzidos na cidade de Sete Lagoas MG e com entrega em curso programada em 4 lotes;
 
(4) a contratação em 2012 e a produção conjunta Brasil-África do Sul, a partir de 2015, do míssil A-Darter, ar-ar, destinado a equipar os novos caças brasileiros Gripen NG, os caças F-5M-BR e, possivelmente, também os caças Skyhawk da Marinha e os bombardeiros AMX, ambos modernizados pela Embraer ao custo de apenas US$ 9 milhões cada, para uma sobrevida ativa de cerca de 10 a 15 anos
 
(5) a pesquisa, o desenvolvimento e a produção do míssil anti-navio Mansup (o equivalente nacional ao míssil francês Exocet), um projeto fantástico de 10 anos da Marinha Brasileira, iniciado em 2008 e que teve seu primeiro lançamento-teste em 2018, destinado a equipar as novas fragatas brasileiras.
 
Esses foram e estão sendo resultados palpáveis, frutos do trabalho em prol do interesse público na área de defesa nacional, projetos de curto e médio prazo iniciados nos governos Lula e Dilma.
 
O domínio tecnológico obtido pelo Brasil nos contratos dos submarinos diesel elétrico e nuclear Scorpène e dos caças Gripen, bem como a projeção internacional do País, despertou Washington, que logo mobilizou e pôs em marcha o plano destrutivo de reputações configurado na Operação Lava Jato, ao ponto de ser condenado e preso um heroi nacional, o Almirante Othon, responsável pelo programa nuclear da Marinha do Brasil e pelo projeto do submarino nuclear brasileiro, por ela desenvolvido.
 
Assim, Washington -- em associação com o segmento mais abjeto na elite anti-nacional e entreguista brasileira, alucinada por um greencard e uma casa com torneiras douradas em Miami -- conseguiu destruir a indústria da construção pesada nacional, a indústria de bens de capital, a indústria náutico-naval, a indústria petroquímica e levou parcela importante do Pré-Sal e desmontou a Petrobras. 
 
Algumas quedas de aviões modelo BOEING 737 Max, a paralização de suas vendas e o gigantesco prejuízo decorrente, contudo, demoveram o consórcio Boeing-Pentágono de adquirir a EMBRAER Empresa Brasileira de Aeronáutica, pela pechincha de apenas US$ 4 bilhões, agora depositária da tecnologia sueca dos caças Greepen NG e com outras duas joias tecnológicas brasileiras, os aviões militares KC-390 e o caça leve Super-Tucano, além dos fantásticos jantos comerciais de amplo sucesso comercial, os modelos E-175 E2, E-190 E2, E-195 E2, E-170, E-175, E-190, E-195; e o jato executivo Phenon-300, há dez anos o mais vendido na categoria.
 
A operação de venda dessa 3ª maior empresa de aviões do planeta foi inacreditavelmente aplaudida pela alta cúpula militar de Brasília, sob vergonhoso diagnóstico de mera "questão de mercado", conforme declarou o comandante da Aeronáutica, na ocasião.
 
O País soçobrou,  há milhões de desempregados e está em curso um novo êxodo de brasileiros. E a elite vagabunda que promoveu a devastação da economia e da sociedade,  escapuliu para Londres, NY, Paris, Berlin e claro, para Miami, a salvo da insegurança e dos sofrimentos que lhe seriam impostos pelo estrago institucional que produziu no País: desorganização do Estado Brasileiro e disputa de poder entre Legislativo,  Judiciário e Executivo Federais e Ministério Público, além de desindustrialização, miséria, fome, desemprego da população e epidemias ... e, sim, um presidente da República diretamente envolvido na morte de 667 mil brasileiros pela pandemina da Covid-19, além de um ministro da Economia e um presidente do Banco Central ambos proprietários de offshores, trusts no exterior, onde mantém seus recursos ao abrigo da detruição que eles próprios têm promovido na economia do País.
 
É inacreditável a rápida decadência do Estado brasileiro, (1) onde seus órgãos estão comprometidos com a dominação norte-americana e aceitam a entrega da Base de Alcântara ao "grande irmão do norte'; (2) onde agências do governo viabilizam a rapina dos recursos nacionais energéticos e petrolíferos por empresas americanas e inglesas; (3) boicotam a produção nacional de vacina e viabilizam a importação de vacinas americanas e inglesas; (4) onde o Banco Central entrega R$ 1,2 Trilhão aos bancos para emprestarem às micro pequenas e médias empresas, em créditos bancários destinados a manterem a economia em funcionamento e ativarem o emprego, mas os bancos somente emprestaram R$ 50 bilhões; e, ao invés de terem sido punidos pelo BC, entesouraram o restante e o mantiveram sob régia remuneração pelo próprio Banco Central, nas  Operações Compromissadas, benevolentes aos bancos(5)  e, por outro lado, as pessoas, em situação de rua, desemprego, fome e miséria, recebem apenas R$ 600 ao mês para sobreviverem com suas familias ... e essa lista da ignomínia é longa.
 
A destruição do País promovida desde 2016 tem sido fantástica. De tão nefasta ao Povo Brasileiro, somente poderia ser imposta por meio de um golpe de estado.
 
Essa destruição precisa ser revertida e há muito a ser realizado por um novo governo que tenha espírito público, patriotismo e coragem para enfrentar a banca abutre, para desconstruir a política econômica neo-liberal por ela imposta e reverter a totalidade de seus atos anti-nacionais e concentradores de renda; que tenha capacidade de negociação para unir novamente o povo brasileiro em torno de um projeto construtivo nacional e queira realmente trabalhar e cuidar de sua gente. 
 
 
(1) SOUZA, Jessé. A Classe Média no Espelho: sua história, seus sonhos e ilusões, sua realidade, p.169-180, ed. Estação Brasil, Rio de Janeiro, 2018.


Fonte: DA REDAÇÃO JF





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